07 julho, 2012







Produzir

Pensando as actuais propostas de reformas estruturantes vai vencendo a ideias de que as ditas e em curso não passam de regressão. Apoiadas nos baixos salários, têm nas exportações a grande fonte de desenvolvimento a aspiração maior ao crescimento. Uma coisa bate com a outra. O equilíbrio das contas externas consegue-se com o incremento das exportações e com o decréscimo das importações e do saldo resulta o arranque económico.
Esta ideia seria virtuosa se este equilíbrio não se realizasse à custa do consumo interno e com o aumento brutal do desemprego. Isto é, há mais equilíbrio porque não há consumo interno e não porque há produção, a substituição das importações pela produção.
Depois de anos a sonhar fazer de Portugal a Califórnia  para justificar o abandono e a destruição da produção -- desde as pescas à agricultura e à indústria -- custa a crer que sobre músculo para fazer este último esforço, principalmente quando a moral austeritária toma o lugar da política económica e, pior, quando a economia se reduz à contabilidade. Ainda pior quando a qualidade dos contabilista se torna questionável.

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