06 julho, 2012



Julgávamos nós que certas  conquistas se tornavam irreversíveis não por causa de uma qualquer marca que a sustentasse no tempo contra tudo e contra todos, mas porque a inteligência humana se alcandorara em uma zona de conforto tal que se recusaria a reverter para um estado de instabilidade violenta contra a qual lutara. Mas não, o sistemático arrojo contra as conquistas que consideramos civilizacionais e o premiar de um certo pragmatismo contra as valorações de uma cultura humanista tinha o seu fito e acaba por ter os seus resultados. Como os teve na década de 30 na Alemanha, mas a isso ninguém liga, é normal que meia dúzia de estórias da carochinha valha uma licenciatura em História!
A separação dos poderes, a instituição de defesas contra a prepotência dos mais fortes sobre os mais fracos foi e será sempre uma conquista irrecusável da civilização. A constituição seria esse resguardo dos princípios sobre as cirunstâncias dos tempo e dos poderes. É-o  de certeza em muitos outros lugares. Por cá já não é. É no código do trabalho a precarização injusta da posição do mais fraco; é no caso da redução salarial da FP a consideração de que a constituição é como o cinto de segurança: pode colocar-se ou não.  Para o cidadão a situação é diferente: a confiança no Estado, a estabilidade fundamental que lhe advinha da prevalência de certos princípios organizacionais de um estado de direito e de deveres sobre os arrufos da tirania cessou, cedeu às circunstâncias, ao princípio da excepção, a um regime de excepção. Princípio, direitos, tudo isso são balelas filosóficas numa sociedade  inculta com excesso de informação que se guerreia sob a farda da competitividade e instala-se como um cancro insanável essa convicção doentia de que o que vale é a guerra de todos contra todos, cada um por si!
Primeiros culpados: a escola!

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