"No cabaré da globalização, o Estado passa por um strip-tease e no final do espetáculo é deixado apenas com as necessidades básicas: seu poder de repressão. Com sua base material destruída, sua soberania e independência anuladas, sua classe política apagada, a nação-estado torna-se um mero serviço de segurança para as mega-empresas ... Os novos senhores do mundo não têm necessidade de governar diretamente. Os governos nacionais são encarregados da tarefa de administrar os negócios em nome deles."
Este texto citado por Z. Bauman vem à memória quando na Misarela, entalada sobre o rio Rabagão, se ouvem ainda os silvos das lapadas lançadas pelas gentes de Barroso sobre os exércitos de Napoleão. Não direi que hoje fazem falta estes atrevimentos, que as consequências não serão, eventualmente, umas coronhadas se a perna não aligeira o caminho, mas custa perceber o mutismo a que a docilidade e os bons costumes converteram toda a gente.
"O que quer que restou da política, espera-se, deve ser tratado pelo Estado, como nos bons velhos tempos — mas o Estado não deve tocar em coisa alguma relacionada à vida económica: qualquer tentativa nesse sentido enfrentaria imediata e furiosa punição dos mercados mundiais".Não sei quem dizia que a economia é a História manca...
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