21 dezembro, 2007

...

Ouvimos todos hoje pela manhã na TV o comentário do senhor ministro das Finanças referindo-se ao anúncio do chumbo de algumas normas do diploma que «se» fizera aprovar com os votos da maioria. «O ministro afirmou-se, ainda, satisfeito por cinco das sete questões suscitadas terem sido "esclarecidas", acrescentando que as restantes duas "não são decisivas ou cruciais" para a reforma da administração pública.»

Bem... se não são decisivas porque RAZÃO fazem parte do diploma ... e porque RAZÃO teimou a maioria na AR em ir para a frente com duas normas que não são decisivas nem cruciais para a reforma da administração pública? Não nos custa aceitar a teimosia em matérias essenciais e cruciais para levar em frente uma reforma, uma medida fundamental ao cumprimento de um programa político, mas uma medida, contra tudo e todos, que não é decisiva nem crucial e inconstitucional (como muitos a rotulavam já) custa a crer... É claro que não podemos deixar de considerar dentro do espírito de Natal -- que o Espírito nos perdoe este mau uso do seu termo -- a declaração de que o Primeiro Ministro está satisfeito com todos e que conta com todos no princípio do ano... E em Fevereiro?

Este episódio é, infelizmente, deveras típico e reforça, por um lado, uma ideia de deslumbramento com a maioria absoluta e, por outro, essa convicção de que o exercício do poder se é um exercício de humildade deixa esta qualidade muito obscurecida pelos factos...

É claro que muitos sucessos há que reportar, em todas as áreas, e será cego quem os não enxerga, mas seriam necessários alguns exageros, como aqueles que o Provedor de Justiça denunciou há tempos?

Não, e só a iluminação privativa de alguns os justificam de si para si mesmo!



Sem comentários: