Desequilíbrio, porque mais uma vez toda a carga de responsabilidade e trabalho era descarregada na escola e nos professores, aligeirando, na mesma proporção, a responsabilidade do aluno e do encarregado de educação. Era visível, e é, uma solução onde apenas é referido o investimento da escola e dos professores e uma incompreensível omissão das responsabilidade ou das consequências do laxismo e dos laxistas. Do absentismo dos alunos -- e já se não fala do dos professores -- nada mais resulta de facto que não seja mais trabalho, mais responsabilidade para a escola e para os professores e, para os alunos absentistas, seguramente mais do mesmo. A simples «prova de recuperação» poderá configurar, no limite, uma vantagem para o faltoso aproveitar para faltar, e uma desconsideração para o papel socializador e formador da escola que a senhor ministra não se cansou de realçar. Uma coisa não bate com a outra. Imaginar ser possível que o aluno falte e possa passar é, independentemente de tudo o resto, uma forte machadada na escola como espaço de interacção organizado em torno de um projecto educativo, sendo a desconsideração tanto maior quanto maior for a autonomia das escolas na definição casuística dessas regras à sombra de tal des-razão.!
Estando a escola dotada de tantos recursos humanos capazes de programar e implementar processos de acompanhamento destas situações no sentido de devolver à escola inclusiva e realmente formadora, por processos didácticos e pedagógicos, os alunos que lhe resistem, parece uma aberração pensar uma política que redunda numa desqualificação dos seu espaço e esbanjamento dos seus recursos culturais, científicos, técnicos e, fundamentalmente, pedagógicos à custa de medidas que na essência são de cariz administrativa.
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