Depois de avaliada a entrevista que a Drª Maria de Lurdes Rodrigues facultou à RTP -- entrevista demasiado institucional para merecer o tempo despendido -- algumas afirmações ficaram incómodas a bailar na consciência.
A entrevista não trouxe nada de novo nem vimos ninguém fazer o que quer que seja para provocar irrupção de alguma novidade. Infelizmente, e em ambos os lado, a inovação começa a entrar na lista dos devedores se não na do crédito mal parado, e começa a ser fastidioso ver ganhar consistência o carácter anódino da televisão! Nem o discurso arrumadinho, com uma coerência e rigor lógico quase que imbatível, foi novidade! Pena é que os pressupostos de tais discursos se fiquem pela obscuridade e seja vã a esperança de os ver discutidos ou ingénua a crença de que isso possa acontecer em qualquer entrevista de uma qualquer televisão com um qualquer jornalista.
Claro que a Senhora Ministra ao negar a crispação dos professores contra a sua política, contrapondo a esse facto o investimento dos professores na escola, disse uma verdade inquestionável, mas que não permite a negação de uma atitude valorativa eventualmente contrária ao seu interesse. Os professores cumprirão naturalmente com a sua função, são profissionais e essa é, pela boca da própria ministra, a prova da qualidade do corpo docente, do seu empenho e profissionalismo. Qualquer contra conclusão, qualquer ideia que ultrapasse este facto é abuso puro e, pior ainda, confusão entre o que realmente acontece e o que se deseja que seja.
Mas, como é fácil de adivinhar, o grosso da questão passou pelas recentes iniciativas ligadas ao «Estatuto do Aluno». Nenhum professor, nenhum português com um nível médio poderia recusar assinar por baixo tudo quanto a senhor Ministra disse em proveito da sua medida e em apoio da sua posição que era acusada, pela Oposição, de enorme confusão e trapalhada.
Bem vistas as «coisas», parece trapalhada pura e dura. Mas não é a confusão que ainda incomoda, mas a persistência de uma atitude de um certo laxismo na interpretação da realidade e um abuso de um certo onirismo militante de quem parece confundir a educação com uma sua coutada.
E dissemos, que nenhum português poderia recusar se... Há sempre um se. Tudo muito bonito, de facto, se os argumentos não estivessem inquinados por mais de um desequilíbrio e apoiados por um pressuposto inexistente e que escapou à consideração.
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