Da última AM ficaram-nos na memória algumas notas que importa partilhar. Bem sabemos que o que aqui dizemos é o que a nós nos parece, mas em lado nenhum proclamamos a nossa isenção e não impedimos a nós mesmo um olhar trocista a quem pomposamente se afirme em posse dessa qualidade rara se não humanamente impossível.
1. A Quinta da Veiga voltou à berlinda, por força de uma tentativa de esclarecimento de algo que fora dito na anterior e ao qual o tempo -- ou a má memória -- impôs que se lhe juntasse uma lista de insignificâncias. A nós ficou-nos a impressão de que de tanta iniciativa nada resultou de visível e que a tanta investigação só convinha a imagem de uma agricultura no pólo oposto daquilo que ele é entre nós. Alguém, indo mais longe, deixou apensa a tanto frenesim de quase nulo rendimento a marca do «entretenimento» na Quinta da Veiga.
2. A questão da batata continua em discussão. Felizmente que a discussão já não está limitada à batata de semente. Talvez na base desta mudança de sentido esteja a grande dificuldade, se não impossibilidade, de reactualizar a sua grandeza de outras épocas. Acreditamos que sim, mas também a relevância que vem ganhando a batata de consumo e os métodos tradicionais associados à sua produção. A agricultura dita biológica vem ganhando adeptos e afirma-se já como uma área de negócio que não é desprezível. Tem a desvantagem de exigir alguma cultura de escola e um maior entrosamento tecnológico, mas não é nada que não possa ser interiorizado e aproveitado por uma nova classe de empreendedores…
3. A nota anterior deverá considerar-se também na perspectiva do novo quadro comunitário e do qual se foi construindo uma ideia nas discussões. A afectação de recursos prioritariamente ao desenvolvimento económico e às actividades produtivas se permite, por um lado, um leque mais estreito de opções quanto à áreas a contemplar, garante, por outro, uma maior atenção e visibilidade a projectos e ideias que possam potencializar os recursos de cada região. Esta ideia vai de encontro a uma nota que aqui já deixamos e que apontava para a «iminência» para um regresso às origens de muita gente nova. Exagerado optimismo…
4. Ao que dizem, e a ANMP fez nota de descontentamento quanto à orientação política deste novo quadro comunitário, os municípios não estão pelos ajustes e fazem queixinhas de serem desprezadas na gestão desse «bolo» financeiro que será posto à disposição do país. Não questionamos a justeza dessas críticas, nem questionamos a justeza do poder central de orientar os novos fundos para uma dimensão mais «produtiva». Bem sabemos que se podem questionar, no que às decisões de investimento do poder central diz respeito, alguns investimentos como a «Ota» e o «TGV» que serão absorvedores capitais desses fundos, mas não podemos deixar avaliar os resultados dos dinheiros que foram até ao momento gastos.
5. Nota de maior importância foi a perspectiva avançada sob o modelo de regionalização que, paulatinamente e à margem de qualquer discussão se vai instalando. A propósito da QERN, vão-se organizando planos para a aplicação desses fundos comunitários que têm como referência as «Regiões» plano. Regionalização imposta, ao que parece, e que se vai impondo dentro de uma lógica centralista …
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