23 março, 2006

Lázaro II



Não sei se foi daqui que Lázaro ressuscitou. Ou já o fez há bastante tempo ou ainda permanece lá dentro há espera do gesto e da Ordem para sair. As portas revelam uma persistência e estranheza perante esses fenómenos.

Há determinados ditos que desconhecendo-se a pessoa de quem vêm não trazem por isso o código para a sua interpretação.
Que Lázaro ressuscitou quando havia dias após a sua morte, di-lo a Biblia e ninguém carece de árduo trabalho em Coimbra e atarefado com várias pós-graduações para conhecer a história e o seu contexto.
Parece, porém, que ao olhar para imagens como esta, nada permite esse salto imaginativo para ver uma passagem bíblica no espaço e circunstância de uma obra feita por barrosões revelando a sua técnica e engenho para superar as circunstâncias do seu mundo e habitar este espaço e um tempo com os parcos recursos com que a Mãe Natureza o prendou.
Não me queiram fazer crer que esse salto imaginativo nada mais é que a atitude típica de um barrosão que olha para o lado ou inventa estapafúrdicas explicações para compreender o que é, belo, simples ou útil. Não que as imagens o sejam. São apenas a circunstância, também, de preservar esse tempo e as circunstâncias de vida daqueles que nos deixaram esta terra semeada de obras do seu empenho e, por vezes, genialidade!

1 comentário:

N.P. disse...

Caro amigo, não pode ser!
Ou saiu vivo, são como um pêro deste 'túmulo' ou daquele outro que referiu outrora, nas Penedas. Se um Lázaro a ressuscitar ..., dois... ou duas vezes, não sei se me entende?