Não devia fazer parte do discurso de qualquer partido político o gesto desprezível de às reais dificuldades das pessoas dizer não. Claro que Vitalino Canas não o afirmou categoricamente, mas ao diminuir a participação de Manuel Alegre numa manifestação que ele, VC em nome do partido, considerou contra o partido, nada mais fez de da corpo a uma incapacidade de ver e sentir as reais dificuldades de muita gente. Claro que tem toda a razão ao dizer, ele VC, que desse encontro não resultou qualquer proposta. Pois não, nem devia ser essa a intenção, mas apenas a de lançar sobre um estado de coisas um olhar mais penetrante, uma atenção mais profunda sobre uma realidade cada vez mais penosa. Atenção essa que visava também aqueles a quem cabe apresentar e executar essas medidas, responsabilidade que, pela confissão atabalhoada de incompetência o próprio VC corroborou em nome do partido que queria defender, acabou por ser tornada bem visível e patente.
Naturalmente que há em tudo isto algum oportunismo de todos quantos agora preenchem o seu discurso com as causas sociais, mas a verdade é que esse espaço e oportunidade foi claramente escancarado com a actuação do governo que não soube ser fiel a pedaços da sua história, ser intérprete das expectativas de muitos portugueses quanto à sua acção e à natureza das suas preocupações.
Ensanduichado entre uma direita que se arruma e bem capaz de coexistir com o essencial das políticas de Sócrates e uma esquerda que se agiganta reclamando a pureza de uma esquerda que se perfila em torno das suas bandeiras de sempre, parece que resta a Sócrates o buraco que ele próprio abriu.
E já começou, estes acordos a propósito das pescas lembra o pior de Guterres sem o seu melhor!
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