04 outubro, 2007

Pois! (2)

Dizíamos não há muito tempo, que uma relação ideal se funda na transparência das razões que justificam as decisões que se tomam. Se esta postura se exige como essencial a um governante, ao cidadão no exercício do seu direito à opinião se exige que se porte de igual modo.
Por isso, o 'post' anterior «Pois» carece de uma justificação.
A ideia fundamental que relevamos da notícia:
«O presidente do executivo açoriano, citado pela rádio TSF, considera ainda que o país está a ser governado por um subsistema de ministros sem peso político e de directores-gerais que não representam necessariamente a linha política do Governo nacional, nomeadamente no que respeita às regiões autónomas dos Açores e da Madeira.»
Isso mesmo, um subsistema de ministros, secretários de estado e directores gerais, que além de, eventualmente, não representarem a linha do Governo nacional, não representam muitos deles, e isto acrescentamos nós, os valores políticos que suportam esse mesmo governo. E não falamos dos deputados que suportam o g...
A questão-discussão não se desenvolve em torno da prevalência dos critérios de natureza técnica ou política na base das decisões que se tomam, nem se pode culpar o governante que tenta compatibilizar as exigências técnicas de uma boa gestão de recursos com o cumprimento de objectivos políticos precisos. Neste último caso, tratar-se-ia de uma questão de perspectiva e não de erro político. O problema está no momento em que não se vislumbrando qualquer objectivo político preciso se percebe também que nem as questões técnicas se respeitam. Neste caso, a acção é indefensável e, no limite, irracional! Ou então o erro é nosso, mas com mais esse erro podemos bem!

A opinião que expressamos neste 'post' (reparem que dizemos opinião), é um exemplo flagrante desse desnorte, no qual não se vislumbra a defesa de um critério, um objectivo político claro nem a humildade bastante para corrigir procedimentos, alterar decisões. Nem mesmo quando o senhor Provedor de Justiça repara em procedimentos e valores claramente violentados, se constata uma postura que, ainda que residual ou indiciária, indique uma alteração de postura. Nenhum partido da oposição consegue mais eficácia no combate ao Governo!
Porque o que falta, e é por isso que relevamos a notícia, é a ausência de uma voz de comando que, mais do que 'riscar serviço' -- postura incomportável num governo de homens livres e responsáveis --possa e deva revigorar objectivos e definir claramente princípios.

Ou então, em circunstância alguma se devia dar oportunidade a notícias como esta. «Pavilhão novo sem equipamento», porque em governantes sem estaleca política ou confundindo a tecnocracia com política, qualquer argumentação, como a que compõe o corpo da notícia, é um tiro no pé.
"Até ao final do ano, teremos um quadro interactivo por cada cinco salas de aulas e até ao final do próximo ano, teremos 127 mil, um por cada sala", prometeu o secretário de Estado da Educação. Valter Lemos não se cansou de salientar o aumento do número de alunos e a melhoria dos resultados escolares verificados no último ano.
Quem se lembra da 'saudosa' «cassete» do PCP? É lamentável ver resolver os problemas concretos com o mesmo discurso, a mesma cassete! A imagem que ficou, no fim, foi a de um pavilhão novo sem equipamento!
A notícia que originou este comentário tem todo o sentido!

(continua)



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