«A teoria da tutela, segundo explicou, é que alguns destes professores, "por terem a colocação assegurada", acabaram por "não se dar ao trabalho" de preencher todos os itens da sua grelha avaliação, obtendo notas inferiores à realidade: "Só assim se explicam algumas classificações, demasiado baixas", considerou. "O número de distorções poderá ser inferior à realidade".»
Claro que saltaria de imediato a Inspecção para o terreno!
Não sei se a Inspecção 'inspeccionou', mas não deixaria de ser interessante, havendo eventualmente realizado a intenção então manifesta, de conhecer os seus resultados. É que para qualquer mortal é fácil perceber o non sense da intenção sem dispêndio de tempo em inspecções, dado que havendo dois concursos, com regras completamente diferentes, não se percebe a relação entre os colocados no concurso do 10º escalão e os do concurso do 8º e 9º. Se algum professor do 8º e 9º escalão, por exemplo com 90 pontos, ultrapassou em uma qualquer escola ou agrupamento, um do 10º com 94 pontos, a explicação é simples: é um consequência que resulta das regras do concurso! Se isto é justo... mas que é normal, é. Será que não sabia isto?
Facto, mas mesmo facto, aconteceu depois, uma vez que a Senhora Ministra veio logo desmentir tal avaliação e, pelos vistos, deitar por terra tão estonteante teoria explicativa. Correutudo bem, descontado o poder semântico do «grosso modo» que se juntou ao bem!
Se alguém o diz é porque é verdade, mas não significa que se considere, e aqui que ninguém nos ouve, que esteja, e que, bem vistas as coisas, até pareça o contrário. Naturalmente que estão errados os professores que se sentiram, justamente, ao que parece, injustiçados; se engana também o Provedor de Justiça ao colocar em letra de forma a 'forma' dessa injustiça, e se engana agora o senhor secretário de estado ao reconhecer -- pelo menos a notícia refere «admitiu» -- essas anomalias e que, por causa delas, haveria que proceder «a alguns ajustes por força da ocorrência « de "algumas distorções" e "injustiças relativas" no primeiro concurso, concluído no início de Agosto, em que foram colocados 32599 docentes».
Entre o «absoluto» e o «relativo» da injustiça, existe apenas uma questão de grau. O que não tem qualquer graduação, e é um erro sem remissão, é esta tentativa de mistificação de um processo que universalmente reconhecido como mal conduzido -- e não se discute aqui a substância da medida -- continua a ser vivido na praça pública como se nada se passasse.
Fica-lhes mal esta recusa das evidências, esta fuga ao princípio da realidade e denota a falha de uma qualidade essencial: a humildade!
Será que esta equipe vive neste momento a prazo e deixa para outros a tarefa de resolver este assunto?
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