07 fevereiro, 2007

E NÃO HÁ JEITO DE MUDAR! -- 2

Pareceu-nos ver ontem em notícia que um autarca da à AMP em resposta à decisão (pelo menos anunciada) de retirar a competência de gestão do Metro do Porto às autarquias envolvidas nesse processo, que não se opunha, que não estava contra, ou coisa similar.

Pois não, claro que não, por estar em linha com essa tendência de desreponsabilização local e a pecha bem portuguesa de descarregar tudo no «Estado». Não diria, certamente, o mesmo se a decisão fosse aquela que mais justa nos parece: devolver a plena responsabilidade da gestão de equpamentos fundamentais a certas regiões às «pessoas» da respectiva região, com os custos inerentes e a responsabilidade de decisão da sua subsisdiação! (Apostamos que não diria, e por momentos passam em fundo na nossa consciência um monte de argumentos a esgrimir na eventualidade. Pois, Eventualidade!)

Entretanto a urgência de Chaves vai ser desqualificada sequência de um plano de reestruturação marcado pela preocupação de economizar recursos. Não nos opomos em absoluto a essa racionalização. Achamos que os serviços a prestar devem estar suportados por uma massa crítica em recursos humanos, financeiros, técnicos e de experiência para cumprir com eficácia a sua razão de ser. É preferível um acto médico realizado num hospital com condições de segurança do que num quaquer outro local sempre à míngua de qualquer outra coisa, ou de dinheiro para isto ou para aquilo, o quadro pessoal que não está completo ou não há modo de alguém aceitar integrá-lo, a máquina que faz falta mas que não aparece... e os doentes a penar! Deixando de lado o possível exagero da generalização que eventualente contenha o recurso a estes exemplos para justificar o que dizemos, a verdade é que não deve/não pode ser o nosso palpite apenas o critério para a avaliar estas medidas e manda a coerência que se insiram estas decisões num todo onde ganham ou não justificação.


Ora, hoc opus, hic labor est!, como vamos justificar a um cidadão de Montalegre que aceite pacificamente que tem que ir para Vila Real quando tem um bom Hospital em Chaves... Poupança de recursos financeiros, maior garantia de sucesso nos tratamentos, estamos de acordo!, mas não se compreende que se invoquem esses argumentos nestes casos quando outras regiões se encharcam num mar de privilégios, onde, parece, esse critério não se aplica! Ou melhor, aplica-se um, o do serviço, que quanto ao do custo estamos conversados!


Por que razão têm os cidadão de Montalegre e Chaves que pagar em não-investimentos ou não-serviços, por exemplo, os défices de empresas públicas de transportes que nunca usam? Só porque são públicas!? Naturalmente que argumentarão com o IP3 sem portagens e alguns investimentos em Chaves! Pois bem, mas não é nessa negociação que está a injustiça -- embora o IP3 não possa ser «pau para toda a colher» -- , mas na dificuldade em se perceber da universalidade na aplicação do critério e no valor das medidas que estão em jogo -- discriminação negativa no interior, discriminação positiva no Litoral (assim com maiúsculas).

...

Este diálogo entre o Central e o Local está inquinado por uma desproporcionalidade de força. O Local tem de ganhar peso, força, massa crítica, não é?



PS. Inicialmente referimos que a urgência ia fechar. Foi engano nosso, mas não retira o sentido de quanto dizemos.

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