03 janeiro, 2007

Nada justifica...

Fomos confrontados , no dealbar de 2007, com o facto consumado da morte por enforcamento de Sadam...
Não vimos aqui carpir mágoas ou lamentar em absoluto o seu desaparecimento, mas a sua condenação e morte. Em qualquer caso, era uma persona non grata, alguém que abusou do poder que teve e que, cremos, não assumiu qualquer responsabilidade ou arrependimento pelos crimes que cometeu. Está bem acompanhado, neste aspecto, por Pinochet... que publicou o seu testamento político fazendo prova dessa frieza e calculismo que o levou à usurpação e abuso do Poder... sem uma palavra de arrependimento ou dúvida pelo caminho que percorreu, pelas Vidas que aniquilou!
Não vimos o vídeo que circula na Net -- isto é, vimos os primeiros segundo e arrepiou-nos a própria intenção de o ver e desligamos -- e não sabemos mais nada. Mas ante as notícias que correm, de uma investigação para apurar o autor desse documento e a descrição «civilizada» pela linguagem jornalística que se conhece, perguntamos se não terá valido a pena o risco de fazer o video e denunciar ao mundo a completa barbárie que entorna essa instituição [não terá sido, naturalmente, essa a intenção do 'fazedor']. As palavras e as intenções que as notícias dizem haverem sido manifestas no momento, não o são apenas perante aquele condenado à morte, mas perante um ser humano, perante qualquer um de nós!
Muitas teorias se têm tecido sobre este processo -- a isenção do Tribunal, a pressa... -- mas não é este o lugar para falar delas. Apenas do seu enquadramento, das belíssimas intenções que animavam o processo de Libertação de um Povo, mas que parece não levar a lado algum. Naturalmente que é uma questão de cultura, de choque de culturas, se quiserem, mas as intenções pareciam desde o princípio votadas ao insucesso. Não o dizemos agora que os factos no-lo confirmam com denodo, mas desde o princípio nos pareceu que o remédio era incipiente para tão grande doente!

Entretanto, do fundo dos arquivos retiramos esta notícia: «Novos de mais para morrer». Num pais civilizado um Tribunal Superior levou de vencida, por um voto de diferença, a pribição de execução de «menores de 18 anos«. Estavam no dito «corredor da morte» 72 pessoas nessa condição. Não é de 1800, esta notícia é de Março de 2005!
E há países onde se executam menores. Em 2005, diz a Amnistia Internacional, apenas o Irão executou menores...

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