11 dezembro, 2006


Quando perspectivamos o desenvolvimento de uma região como Montalegre (e arredores), e focamos alguns aspectos, como este último, temos presentes todas as limitações: as nossas, aquelas que nos impedem de opinar sobre o que não sabemos, e aquelas que, mesmo não sabendo pela certa, pensamos serem as limitações da região. Colocamo-nos sempre na perspectiva de um cidadão comum, mas a quem não basta a mera opinião.

Não sabemos, mas queremos saber, não porque alguém do alto da sua «sabedoria» nos venha pregar o que é certo, mas porque com a opinião de muitos se gera uma rede de relações que complexificam o problema e eleva os participantes a uma comunidade: não só de falantes, mas de cidadãos unidos pela preocupação com a causa comum.

Quando aqui elegemos para discussão, por exemplo, o problema das vias de comunicação, não queremos falar das vias de comunicação. Saber se é prioritária a ligação a Chaves ou a Braga… isso é secundário relativamente à preocupação com a realidade económica do município, com a perspectiva «multipolar» de que falávamos. Pensar o exterior a partir do interior!

Quando aqui perguntamos «E a batata?», não defendemos nem atacamos a ideia de reabilitação da produção de batata para semente… Não, apenas lançamos mais um dado para a construção de uma ideia que rompa decididamente com um certo «amorfismo» que tem caracterizado, pensamos e temo-lo dito, os líderes económicos da região. Todas as outras pistas não passam disso, marcas que se deixam num horizonte para que este se alargue e tudo se relativize, se faça descer alguns dos seu pedestal, e se construa a prazo uma nova «elite» de empreendedores capazes de ler o mundo e, nesse horizonte mais vasto, serem capazes de inscreverem o nome dos produtos e serviços da região. Até o «Pólo de Serralves em Vidago» pode ser uma boa notícia… discussão mais importante que a das viaturas que a Câmara compre ou não!

Mas a ideia fundamental, aquilo que é o nosso ponto de vista, discutível, sem dúvida, é a de que e energia maior tem de nascer de dentro da região, alojada nas sua potencialidades, sem o qual qualquer ideia, ligação ou projecto é sempre demasiado a prazo. Tudo o resto, esperar «de repente» que da Galiza, de Braga ou Chaves venha a solução é sebastianismo parolo e converter Montalegre como por milagre em umbigo do mundo. Certamente que da Galiza, de Chaves, do Minho; do PNPG, de Braga podem vir os elementos que podem revitalizar a economia local, mas apenas quando formos capazes de valorizar o que para eles é também o nosso valor, e operar a ruptura com certos mitos e esquemas (declaradamente ideológicos e territoriais) que ensarilham o caminho que se há de tomar. Em boa verdade, por que razão se há de pensar Montalegre sem o Minho, sem a Galiza, sem o PNPG e Chaves? Não tem sentido! A única preocupação é com o bem estar das pessoas, com a valorização da paisagem e da cultura e das heranças que se operam neste espaço alargado…

O «sebastiânico» “subsílio” já foi, e vejam o resultado, e os factores de competitividade da região e das pessoas neste espaço alargado qual é?

E as potencialidades nada são sem inovação! Falta massa crítica, não por sua míngua, mas por falta do «seu» lugar!

E vem aí um novo Quadro Comunitário…, pois é!







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