09 novembro, 2006

Feira do Fumeiro 2007

Já tem data e espera-se que tenha o sucesso que merecem todos quantos se empenham nisso mesmo.
Não é nossa a função de tecer loas ao que quer que seja. O respeito e a mobilização que anualmente se regista atesta da qualidade quase que institucional da Feira do Fumeiro e da sua importância que qualquer palavra nossa diminuiria necessariamente.
Mas não é disso que pretendemos falar. Bem sabemos da nossa visceral falta de jeito para falar do que agrada a muitos ou entrar em modas. Nunca foi esse a nosso papel, apenas temos a intenção de introduzir algumas notas naquilo que pode ser uma inquietante normalidade.
A feira do Fumeiro leva já muitas edições e sem dúvida estão já investidos em promoção verbas consideráveis. Não é essa promoção que está em causa, aliás, essa é uma dimensão da actividade económica associada ao fumeiro que nunca terá exagerados recursos. Mas ocorre-nos frequentemente pensar: que sementes empresariais estas iniciativas têm lançado no município?
Bem sabemos que se tem espalhado uma rede coerente de unidades artesanais de tipo familiar e é nelas que, parece-nos, se centra a actividade produtiva fundamental. Mas seria demais pedir, ou esperar, que houvesse já um conjunto de pequenas ou médias empresas capazes de dar outro fôlego, outra expectativa de dinamização económica?
Nada temos contra a produção artesanal, como nada temos contra a empresarialização de uma área de negócios de cunho artesanal.
Tememos, de facto, que o cariz artesanal dessa actividade sofra demasiado com os processos demográficos e, no fim, nada reste desta actividade outra coisa senão saudade. A criação de unidades industriais daria outra projecção e peso a um produto que carece de muito saber ancestralmente fundado, mas que não pode subsistir com sucesso e por muito mais tempo à margem das correntes e processos actuais de negócio.
Julgamos que vale a pena pensar nisto.



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