13 julho, 2006

Depois de muito ouvirmos falar e reparado na insistência com que se olha para Braga como último recurso, como se de lá viesse a salvação que em outro lugar não se alcance, decidimos lançar um novo inquérito para perceber até que ponto outras pessoas, outras sensibilidades, não terão outro enfoque, relevando este ou outro aspecto que por aí anda esquecido e permita relativizar aquilo que é um absoluto por vezes castrante de outras iniciativas. Não queremos com isto reduzir a importância daquilo que é realmente importante, mas também relevar outras saídas, outras alternativas que felizmente se colocam à disposição de quem quer viver e trabalhar em Montalegre. Mas também revelar a injustiça que por aí grassa, por graça desse absoluto chamado ligação da EN 103 a Braga, e que esquece a reforma operada na rede viária que serve o concelho.
A verdade, porém, é que nada de substancial se nota no tecido empresarial do município para lá das iniciativas da autarquia ou suportadas pela autarquia. Empresário significa «Pessoa que inicia ou explora um negócio, que trata de algum empreendimento ou que dirige uma empresa por conta própria». Por conta própria, pois! A verdade é bem outra e um certo proteccionismo estatal, vituperado em todos os manuais de economia, é o mais almejado e desejado para todos quantos se arrogam dessa classe. Não havendo esse empreendedorismo autónomo e livre resulta uma secundarização clara dos agentes económicos em face de um programa político, condicionado por ciclos eleitorais. O país, e quase todas as regiões, enfermam dessa pecha de falta de empreendedorismo, de cidadãos capazes de materializar ideias e rejuvenescer com elas o tecido empresarial da sua terra e, por via disso, dar o suporte económico ao rejuvenescimento geracional. Por sua conta e risco. Mas não, só avançam com uma almofada estatal e ao primeiro desaire nunca encontram em si mesmo as razões do abandono, lançando as culpas à falta de apoios, que não concretizam, quando não, como já ouvimos ou lemos, a perseguições de qualquer ordem que afinal, assim ditas, nada explicam. Infelizmente alguns invocando a capa de empresários mais não fazem que agenciamento partidário.
Perceber o que se passa é uma tarefa deveras difícil e, desde já, confessamos à partida a nossa incapacidade para o compreender na sua plenitude. Mas não desarmamos um certo apetite para ouvir e de, nesta sociedade de falantes a que pertencemos, partilhar algumas ideias, não tanto para com elas construirmos o que quer que seja, mas acima de tudo para desmontar alguns lugares comuns que, arreigados demais nas consciências, impedem o pensamento de ir mais além. A procura da liberdade passa também pela desmontagem do artificialismo e vacuidade que se alojam facilmente na mente dos cidadãos e que, uma vez aí instalados, instilam o ódio mais feroz à inovação e reforçam com energia plena e vitalidade absoluta aquilo que o tempo e a história há muito demonstraram carentes de sentido e de eficácia.

Por isso, decidimos questionar quais as vias de comunicação que cada um considera mais importantes para a sobrevivência do município. Com certeza que alguns errarão propositadamente a resposta por contrária à ideia de alguém; sabemos isso, mas o que interessa é que se perceba que nos últimos anos muito se fez para desencravar cada terra, cada aldeia... e, por aí, se lançarem pontes para o mundo. Achamos, porém, que não são as estradas que trazem riqueza, nem a 103 a Braga ou qualquer outra a qualquer lugar; são as pessoas, os empresários e as instituições públicas e privadas que geram a riqueza aproveitando oportunidades e recursos...

Já agora, convinha que justificassem a opção.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não prevejo num futuro próximo que possamos perder identidade ou cidadania mas perdoem-me a sinceridade, a fuga deve ser para a frente, só que a nós, pobre país barrosão, mais uma vez não nos deixam outra alternativa, ou seja temos, teremos e continuaremos a ter, que nos servir da porta das traseiras e, diga-se em abono da verdade que nos serviu, serve e continuará a servir, muito melhor que qualquer das alternativas apresentadas.
- Serviu a emigração (que tanto deu e continua a dar a este concelho).
- Serviu quase todas as nossas aldeias raianas (contribuindo de uma forma significativa para a melhoria do nivel de vida das mesmas).
-Contribuio e contribui para o melhoramento de quase todos os nossos serviços (Sociais, comerciais e empresariais).
TEm suprido de uma forma mais ou menos eficáz muitas das necessidades e carências que padeciamos em quse todos os niveis.
Finalmente e não menos importante o tempo dispendido em deslocações entre centros urbanos de alguma amplitude e com ofertas semelhantes, como por ex: Ourense ou Braga.
Haveria e há muito mais a dizer mas por hoje ficarei por aqui, aguardando com alguma curiosidade algumas possiveis considerações sobre o assunto .