Parece que de uma forma gradual, embora lenta, mas consistente se vai instaurando uma limpidez do pensamento capaz de pegar o "touro pelos cornos". Depois de muito se falar, o mais das vezes sem que se soubesse o que era isso de que falavam, parece que agora, ante a evidência incontornável da situação, se altera o discurso e se dá visibilidade àquilo que a poeira demagógica se preocupava em obscurecer. Os "rankings" têm destas coisas e quando menos se esperava a crueza dos factos emerge incomodante, lançando um olhar mais crítico, mais produtivo sobre as realidades da escola pública que vivia, mais parecia, para ser o modelo negativo da escola privada. Comparar o incomparável não dá.
A verdade vai emergindo e separam-se as águas das razões de quem denunciava que na escola "o rei vai nu" e daqueles que entre cânticos e lágrimas vislumbravam num amanhã a vitória final. O primeiro erro consistiu em separar, em dividir, em colocar em lados opostos e em barricadas de luta todos quantos têm em comum o trabalho em prol dos alunos da escola pública. Todos já sabiam que a melhoria das notas dos exames não consistiu numa melhoria milagrosa das condições de ensino e aprendizagem, mas decorre da natureza artificiosa da construção das provas de exame. As mudanças são sempre mais lentas que a vontade de mudar e carecem de condições variadas para o seu progresso. Nesta altura, e apesar de uma abordagem consensual do ME ao problema de mudança de paradigma da escola pública, a escola vive agora num declarado estado de sítio por força da vontade da tutela de dar prioridade à realização de um programa, secundarizando as preocupações de incrementar as potencialidades da escola em proveito das transformações e reformas necessárias. O ME pensava que a escola era composta por clones, mas a realidade demonstrou que pelo contrário na escola ainda está uma grande parte da massa crítica e da cultura de que o país dispõe e tanto desprezo pelos agentes do ensino e da cultura serviu "apenas" como estímulo à comunicação, ao debate e ao florescimento de uma inteligência criativa e crítica que estava adormecida.
De nada vale acenar com acordos assinados com os sindicatos! É paradoxal que havendo no ME uma história recente de desprezo pelos sindicatos, de afirmações e actos que os colocava à margem das negociações e discussões sobre as mudanças a operar na escola, venha agora o governo contestar a Contestação com os acordos com os sindicatos. Mais do que recuo estratégico é sintoma de fragilidade e recusa em reconhecer que na génese da luta pela escola pública de qualidade não estão os sindicatos, mas os professores e os encarregados de educação. E, não esquecer, cada vez mais a opinião pública e os "opinion makers", que tardaram em considerar nas suas análises os pontos de vista daqueles que sempre estiveram na escola, que aplaudiram medidas e contestaram outras...
Entretanto as múltiplas leituras dos ranking's...
A verdade vai emergindo e separam-se as águas das razões de quem denunciava que na escola "o rei vai nu" e daqueles que entre cânticos e lágrimas vislumbravam num amanhã a vitória final. O primeiro erro consistiu em separar, em dividir, em colocar em lados opostos e em barricadas de luta todos quantos têm em comum o trabalho em prol dos alunos da escola pública. Todos já sabiam que a melhoria das notas dos exames não consistiu numa melhoria milagrosa das condições de ensino e aprendizagem, mas decorre da natureza artificiosa da construção das provas de exame. As mudanças são sempre mais lentas que a vontade de mudar e carecem de condições variadas para o seu progresso. Nesta altura, e apesar de uma abordagem consensual do ME ao problema de mudança de paradigma da escola pública, a escola vive agora num declarado estado de sítio por força da vontade da tutela de dar prioridade à realização de um programa, secundarizando as preocupações de incrementar as potencialidades da escola em proveito das transformações e reformas necessárias. O ME pensava que a escola era composta por clones, mas a realidade demonstrou que pelo contrário na escola ainda está uma grande parte da massa crítica e da cultura de que o país dispõe e tanto desprezo pelos agentes do ensino e da cultura serviu "apenas" como estímulo à comunicação, ao debate e ao florescimento de uma inteligência criativa e crítica que estava adormecida.
De nada vale acenar com acordos assinados com os sindicatos! É paradoxal que havendo no ME uma história recente de desprezo pelos sindicatos, de afirmações e actos que os colocava à margem das negociações e discussões sobre as mudanças a operar na escola, venha agora o governo contestar a Contestação com os acordos com os sindicatos. Mais do que recuo estratégico é sintoma de fragilidade e recusa em reconhecer que na génese da luta pela escola pública de qualidade não estão os sindicatos, mas os professores e os encarregados de educação. E, não esquecer, cada vez mais a opinião pública e os "opinion makers", que tardaram em considerar nas suas análises os pontos de vista daqueles que sempre estiveram na escola, que aplaudiram medidas e contestaram outras...
Entretanto as múltiplas leituras dos ranking's...
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