03 julho, 2008

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Declaramos há bem pouco tempo desejar saber os resultados das provas de aferição dos alunos de Vilar de Perdizes. Ninguém se deu ao trabalho de o dizer nem eu fiz o que quer que fosse para o saber. Tudo tinha a ver com a justificação ou não de uma mudança na arquitectura do ensino básico. Não podemos, porém, descontextualizar a medida e tentar saber o seu valor pela natureza e qualidade de outras que a envolvem. E, por que não dizê-lo, considerar que a postura angelical dos professores relativamente à contestação pode ser ela também demasiado angelical. É que algo acontece também no plano das relações laborais e no modo de trabalho que fazem com que nesse plano alguma crispação se crie. Não se trata só da eminente passagem para a tutela das autarquias, mas também o alargamento de um certo tipo bem próximo da monodocência e da natureza do vínculo. Tudo isso somado não deixa ninguém indiferente e ameaça colorir uma medida potencialmente boa numa mera opção de propaganda. As novas condições de trabalho proporcionadas exigem, naturalmente, pessoal motivado, mas acima de tudo o desenvolvimento de certas competências que não se adquirem pela mera sementeira de portáteis.

Bom seria que as condições que se prevêem que existam nos novos centros escolares permitam a realização de um função docente em profundidade e, simultaneamente se abandone uma tentativa de redução da qualidade da educação à quantidade das estatísticas. Dizem que assim se fabrica facilmente o sucesso! Não adianta a ninguém ver estatísticas da OCDE afirmar melhorias no sistema apontando o exemplo das “Novas Oportunidades”. Isto é, podem ver, mas …

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