27 fevereiro, 2008

... e contra!

Não podemos deixar de dar nota de alguma violência que sentimos quando ouvimos pela boca da ministra a afirmação de que nos concurso de titulares havia alguma injustiça relativa e, pasme-se, que no acesso à categoria de titulares não esteve em jogo o mérito, mas ... um concurso.
Bem, estamos cansado de quem pensa do cidadão um ser capaz de engolir como lagosta o mais abjecto "sapo vivo" (e é justo o pedido de desculpa aos sapos, que esta expressão é apenas isso...). Então, anda a gente a dizer isso à tanto tempo para vir agora essa senhora, com o maior desplante e só agora que a realidade a desmentiria se dissesse o contrário, confirmar o que com tanto despudor negara?

Se à justiça relativa se pode responder com um sorriso ante a candura de uma afirmação dessas vinda de uma ministra e professora de sociologia, a confirmação do critério tipo «roleta russa» que usou no concurso de «titulares» já merece alguma contestação e denúncia. Sim, porque desse desmando resultam consequências consideráveis na vida de cidadãos e na qualidade das escolas... Aliás, é em torno dessa figura de «titular» que se organiza grande parte da escola e, mais do que isso, o controlo sobre os professores. Por isso, há uma perplexidade que nos assalta: como é possível instituir um padrão de mérito em torno daqueles que, e sem culpa, avaliam sem terem feito prova dessa qualidade... É injusto para os visados que isto se diga, não nos referimos a ninguém em particular, apenas denunciamos o non sense de quem conclui pela normalidade de uma anormalidade!

A culpa não é dos «titulares» que, como sempre, responderam dentro das condições que lhes colocavam, mas tão só de quem em nome de um programa (e fugia a boca para a verdade: «pogrom»), elegendo a teimosia como valor supremo, tenta reformar o tempo para que o tempo legitime a sua reforma e fazer da inconsistência que denuncia no sistema de ensino que desbarata a sua própria virtude.

E da Guarda, o eng. Sócrates repete pela enésima vez o mesmo discurso -- secundarizando a cassete do PCP -- como se alguém no seu perfeito juízo contestasse o seu programa político e a legitimidade para o fazer. Mas, talvez para ele seja tarde para reconhecer o erro quanto ao modo como o põe em prática. Seria certamente um tremendo fracasso político reconhecer agora o que não viu há mais tempo.

Mas também é bem verdade que quem quer fazer em três anos um País novo é porque não está à espera de ter a confiança do povo para dispor de oito para o fazer com mais calma e ponderação...
Se, porém, o espera, então por que razão escolher a via estreita da acção e converte sem razão que se veja a esperança em desespero, a sua acção em fracasso, o futuro em negação, o presente em arrependimento?




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