Tomada que foi a decisão, e não tendo preferência por nenhum dos locais em jogo, gostaria imenso de dizer que regressara a autoridade ao governo com a tomada de posição, de viva voz e não por interposta pessoa, do Primeiro Ministro relativamente a Alcochete. Se a palavra mágica fosse Ota nenhum mal viria ao mundo, já que quanto mais se olha para o processo, mais enredada se encontra a razão e obscuros nos parecem os fundamentos dessa tomada de posição. O contrário também seria verdade, é certo, mas ter-nos-iam poupado a uma degradante imagem de um membro do governo que não acertava com a argumento certo, e de um governo que decidiu por imposição da sociedade civil. Deste facto, em si mesmo, nenhum mal há a retirar, muito pelo contrário, faz parte desse diálogo que benefícia quem governa e compromete na solução os governados. Mas a verdade é que neste caso concreto, e ante um certo desnorte de quem fiscaliza o Governo, esse acto de influência tem mais zonas obscuras que claras, deixando em suspenso a carrada de interesses que se aninham no processo e, por via disso, deixam um laivo de insatisfação ante a decisão. Não pelo resultado, mas pelo processo...
Se retroactivamente olharmos para algumas iniciativas do Governo, percebemos de imediato quem são os seus parentes pobres: todos quantos não tiveram, nem têm, uma «CIP» para afrontar com a sua sombra, qual espada de Tântalo, medidas de igual modo «gravosas» ou «desinteressantes» e que poderiam ser «facilmente» amaciadas por um processo idêntico. O Provedor de Justiça, por exemplo, não teve, até agora, a força da CIP...
Não que seja verdade essa acusação de haver força para com os fracos e fraqueza para com os fortes, mas ganha consistência essa assimetria galopante que vai fazendo, infelizmente, a imagem de marca dos portugueses...
Se retroactivamente olharmos para algumas iniciativas do Governo, percebemos de imediato quem são os seus parentes pobres: todos quantos não tiveram, nem têm, uma «CIP» para afrontar com a sua sombra, qual espada de Tântalo, medidas de igual modo «gravosas» ou «desinteressantes» e que poderiam ser «facilmente» amaciadas por um processo idêntico. O Provedor de Justiça, por exemplo, não teve, até agora, a força da CIP...
Não que seja verdade essa acusação de haver força para com os fracos e fraqueza para com os fortes, mas ganha consistência essa assimetria galopante que vai fazendo, infelizmente, a imagem de marca dos portugueses...
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