18 novembro, 2007

Trapalhadas (1)


Quanto a essa formação de uma nova empresa para a gestão da rede viária, nem sabemos bem que dizer. Numa certa perspectiva, a ideia até nem é má em si mesma… mas não nos deixa de "fazer espécie" esta tendência em empresarializar tudo e mais alguma coisa, como se, para lá de eventuais ganhos de eficácia e poupança de uns cobres por atacado, já não persista como essencial de um governo a dimensão politica da coisa. Sim, política, que isto de fazer e gerir uma rede de estradas não nos parece que se resuma a uma actividade empresarial, mas a um domínio onde devem predominar, para lá de uma clara preocupação de racionalidade económica, critérios de natureza política… Mas, em abono da verdade, seremos nós quem não percebe nada disto e in dubio pro reo!

Mas a trapalhada não está neste aspecto, mas na forma atabalhoado como as ideias passam do papel para a opinião pública e, entretanto, se convertem em leis. No fim ficamos com a impressão de que na vida pública, na acção política já nada resta de racionalmente consistente: ninguém acerta no discurso, nem ninguém explica como se poderá confiar na actividade política se até as áreas eminentemente políticas, como as Estradas, buscam o direito privado como o seu lugar natural…

Já agora, desculpem que pergunte: como compatibilizar a promessa de cabimentação no OE de reparação da EN 103, com a criação desta empresa que, pela lógica, não existirá para fazer a vontade ao governo…








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