
A princípio nem ligamos. Folheávamos o jornal para acertar com os olhos numa notícia da qual o rasto se escondera. Era sobre o Hospital de Vila Real, e como nada vimos em socorro da opinião, melhor será ficar por aqui.
Mas nessa busca encontramos esta notícia: «Câmara de Chaves quer multar donos de galinhas à solta nas ruas». A princípio não ligamos, deixamos a notícia acantonada no seu lugar e mandamos os olhos cuidar de outras vidas. Mas a verdade é que essa nova foi martelando e fazendo vingar a sua marca de quase insólito. No século XXI uma coisa dessas não devia já ser notícia, de facto, ou se o fosse, só no boletim lá do município para cumprir o preceito da publicidade dos actos da administração pública. Mas estes desacordos que a consciência fez questão de não superar tornam patente, também aqui, a marca da interioridade. Não, não dessa rusticidade e tipicidade que nos contrapõe a tudo o resto, mas uma certa angústia, feita de pedra e teimosia de burro, em abandonar o tempo das origens.
Não temos inscritas na raiz do pensamento certas marcas que haveriam de considerar extemporânea a preocupação com as galinhas -- e presumo que com os porcos vadiando as ruas ou preenchendo com o seu corpo os charcos lodosos do lugar; as vacas semeando rua abaixo, rua acima uma pasmaceira de bosta e de insectos --, sendo mais próximas de nós as consequências da não-influência árabe ou a quase nula urbanidade romana. A cultura local é também a consequência do alheamento ou da infinita distância relativamente aos hábitos de certos povos que fizeram da higiene a sua marca e do urbanismo o lugar próprio da cidadania. O que nos restou -- por tempo demais -- foi a onda avassaladora dos bárbaros que fizeram em cacos o que outros construíram com denodo e saber. E os danos colaterais!
O problema é bem outro, que os bárbaros...
Muito haveria (e haverá, certamente) que dizer sobre este assunto, mas não deixa de ser digno de nota esse esforço, assumido até com uma certa ingenuidade, de dotar o município de um instrumento que de basilar se torna digno de tanto relevo! Pelo menos assim o pensamos!
E as coimas ardem, dizem!
Montalegre aprovaria um regulamento assim?
Mas nessa busca encontramos esta notícia: «Câmara de Chaves quer multar donos de galinhas à solta nas ruas». A princípio não ligamos, deixamos a notícia acantonada no seu lugar e mandamos os olhos cuidar de outras vidas. Mas a verdade é que essa nova foi martelando e fazendo vingar a sua marca de quase insólito. No século XXI uma coisa dessas não devia já ser notícia, de facto, ou se o fosse, só no boletim lá do município para cumprir o preceito da publicidade dos actos da administração pública. Mas estes desacordos que a consciência fez questão de não superar tornam patente, também aqui, a marca da interioridade. Não, não dessa rusticidade e tipicidade que nos contrapõe a tudo o resto, mas uma certa angústia, feita de pedra e teimosia de burro, em abandonar o tempo das origens.
Não temos inscritas na raiz do pensamento certas marcas que haveriam de considerar extemporânea a preocupação com as galinhas -- e presumo que com os porcos vadiando as ruas ou preenchendo com o seu corpo os charcos lodosos do lugar; as vacas semeando rua abaixo, rua acima uma pasmaceira de bosta e de insectos --, sendo mais próximas de nós as consequências da não-influência árabe ou a quase nula urbanidade romana. A cultura local é também a consequência do alheamento ou da infinita distância relativamente aos hábitos de certos povos que fizeram da higiene a sua marca e do urbanismo o lugar próprio da cidadania. O que nos restou -- por tempo demais -- foi a onda avassaladora dos bárbaros que fizeram em cacos o que outros construíram com denodo e saber. E os danos colaterais!
O problema é bem outro, que os bárbaros...
Muito haveria (e haverá, certamente) que dizer sobre este assunto, mas não deixa de ser digno de nota esse esforço, assumido até com uma certa ingenuidade, de dotar o município de um instrumento que de basilar se torna digno de tanto relevo! Pelo menos assim o pensamos!
E as coimas ardem, dizem!
Montalegre aprovaria um regulamento assim?
1 comentário:
http://barrosao.blogspot.com/2007/03/o-padre-bravo-no-so-miguel.html
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