25 outubro, 2006

EN 103

Quando vemos a troca de argumentos que se tecem em torno da EN 103, não podemos deixar de sentir um certo desconforto por força das considerações que se fazem. Considerações pertinentes, certamente, tendo em conta que se fala de um dos seus extremos e para quem essa via de comunicação tem, de algum modo, um papel determinante para o bem estar pessoal e da região. E, quanto a isso, nada há a contestar. Outras considerações, válidas certamente para os seus autores, tememos que não atinjam o alvo, pela dureza de ouvido da outra parte, talvez!, mas também pela facilidade com que apresentam rebuscados elementos técnicos e estatísticos para as desvalorizar um ápice.
Agrada-nos, porém, que se comece a colocara a 'tónica' naquele a aspecto que vimos defendendo há muito e que consiste em relevar  - e exigir solução para o problema  -- a questão da segurança. É, na nossa opinião, o único argumento convincente, forte, capaz de sustentar a exigência de intervenção rápida e consistente das 'autoridades'. Naturalmente que será fácil verificar intervenções suportadas pelo volume de tráfego no troço inicial até à bifurcação para Vieira e Terras de Bouro. O incremento visível da actividade económica na sua envolvente acabará por ditar isso mais tarde ou mais cedo. Não confiamos que tal possa ser feito daí para cima com a mesma justificação. Não acreditamos, e podem acusar-nos de falta de fé ou tentativa de justificar o injustificável, que a intervenção em toda a estrada que liga Braga a Montalegre se faça, em toda a extensão, repetimos, para lá do que sejam as obras impostas por um acréscimo de vergonha pela manutenção de uma estrada onde quem lá anda se sujeita 'à pena de morte' sem saber porquê! Já agora, não sei se aconteceu convosco, mas nunca fomos fiscalizados pela GNR no troço que liga o limite do Distrito a Braga (e uma única vez pela GNR-BF)!
A segurança é, para já, o único argumento substantivo a esgrimir para impor o reconhecimento de respeito e dignidade a quem tem que por ela transitar. É que choca ouvir gente a argumentar com o decréscimo de pontos negros em toda a rede, mas se esquece que ninguém pode descansar à sombra do que quer que seja enquanto a vida de um seu concidadão estiver em um risco consequente a um traçado e a condições de segurança incompatíveis com as exigências dos tempos que correm. O acento deve ser colocado no utente! e essa é uma revolução de mentalidades que tarda.
Ouvia aqui há tempos num programa de rádio, e todos devem conhecer o caso,  apenas o lembramos aqui,  o caso das políticas de segurança rodoviária na Noruega. 'Zero mortos' era o objectivo, e depois apontava-se as medidas tomadas ou a tomar para o alcançar!
Nem vale a pena comparar...


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