14 outubro, 2006






Nota: O texto que segue só tem sentido como resposta às afirmações seguintes:


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Vitor Laiginhas said...

Em Barroso, quem salta quando é picado por um agulhão, são as "bacas" quando levam um jungo à cabeça.

Sábado, 14 Outubro, 2006

Vitor Laiginhas said...

Em Barroso, quem salta quando é picado por um aguilhão,são as "bacas" quando levam um jungo à cabeça.

Sábado, 14 Outubro, 2006»


Caro Vitor Laiginhas,

Logo vimos que na origem de tudo isto estava um rebento da «geração rasca». Naturalmente que havíamos percebido que na origem das suas abordagens não estava uma postura séria e criativo, mas a combustão lente de um preconceito. Esteja ciente, desde já, de que não nos chocam as metáforas, elas não revelam nada da pessoa a quem se dirigem ou a quem se pospõe como um pretenso aguilhão, só um parvo acredita nisso. Revela apenas a qualidade criativa do seu autor, o nível, elevado ou rasca, a que trabalha! Lamentamos, porém, o tempo que lhe dedicamos por o julgarmos, erradamente, pelos vistos, no domínio da racionalidade básica que nos constitui como carácter essencial.

Que lhe tenhamos dado a ferroada (e essa metáfora das ‘vacas’, do ‘aguilhão’, do ‘jugo’, tem a sua marca ‘existencial’, vivida, não é?, que concluindo ficar-lhe bem primeiro a si conluiu que nos caberia à justa por força) no ponto essencial é evidente, a sua resposta automática, pavloviana, é a prova do nosso sucesso. Depois, a qualidade da metáfora que nos arremete é a prova suplementar da razoabilidade de tudo quanto lhe dissemos, está ao nível de uma inteligência, aquela mesma que não foi capaz de elaborar um argumento à altura para denunciar a falência do que dizemos, a incoerência que denúncia em nós. Na falta dela, a acção rebaixa-se ao grau zero da moralidade.

Naturalmente que dormiu esta noite descansado pela tirada baixa que utilizou, gozando concupiscente e solitário mais um entalhe na coronha do seu «revólver», mas continua por provar a quem o lê que tem uma ideia do assunto sobre o qual, esbaforido, arremeteu sem pensar! E que provaria a falência de tudo quanto em nós contesta. Factos, ideias, erros superam-se dialecticamente, nunca com piadas de caserna! Podia descer ao seu nível e retorquir-lhe apenas: Só no Ribatejo é que os touros arremetem sobre um pano que mexe!, mas não o dizemos, apenas por consideração – e coerência! -- por nós próprios… e pelo touro.

Talvez perceba assim que nunca fomos lobo com «pele de cordeiro», mas tão só ‘lobo’ – animal que muito estimamos e prezamos --, e só quem não tem ideia nenhuma sobre a pessoa a quem se refere pode estar seguro e vaidoso com a primeira frase feita que regurgita.

Situe-se, ponha-se no seu lugar e caia na realidade: não são as suas verborreias que nos incomodam, nem as suas tiradas nos levam a imitá-lo, porque nos aborrece apenas e só a hipocrisia e a cegueira de quem denuncia no outro a falência que não consegue detectar em si. E se estivermos caindo no mesmo erro, por caridade, denunciem-no!

Perceberá a serenidade com que dissemos o que lhe dissemos e que lhe dizemos agora, quando aprender a distinguir no carácter de uma pessoa aquilo que lhe é acessório daquilo que lhe é essencial e o senhor, visto labor de tão apurado cérebro, fala sem saber o que isso seja e, para não variar, não sabe o que diz (nem o tem para dizer).

Atenciosamente,

Nuno Pereira

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