É com ele no horizonte que temos que viver, dele emanam os recursos essenciais para que o Estado cumpra a sua tarefa de «cuidar» dos cidadãos. Há orçamentos bons e maus, e não o são, bons ou maus, em si mesmo, mas aos olhos daqueles a quem o orçmento interessa por força das medidas que ele contém. Não se discutem as circunstâncias, que ninguém é parvo ao ponto de dizer não ver o que todos os outros, à excepção dele, vêm.
Tinha ouvido -- que isto de ouvir nem sempre é seguro -- juras de fidelidade dos responsáveis dos maiores partidos em torno da necessidade de equlíbrio das Finanças Públicas; que era essencial, por forma a garantir o desenvolvimento saudável e sustentádo da economia; que desta saúde se colheriam evidentes benefícios. Julgo ter ouvido dizer a responsáveis de partidos da oposição que não votariam contra o orçamento, abster-se-iam e é compreensível.
Fazendo fé nas notícias, no DN de hoje, e cito, «Todavia, Eduardo Catroga, porta-voz do conselho estratégico do líder do PSD, considerou "globalmente positivo" o OE, apesar desta declaração não ter carácter vinculativo. O voto contra foi definido na segunda quinzena de Outubro e foi levado sucessivamente à Comissão Permanente, à Comissão Política Nacional, e esta deu a orientação que foi votada no grupo parlamentar. "Esmagadoramente, os deputados quiseram o voto contra", diz Azevedo Soares.» [negrito meu] .. do conselho estratégico! Já ontem, pessoa insuspeita afirmara, «Não merecia o voto contra». Não afirmara que votaria a favor, "Se o Orçamento vai ser cumprido tal como ele está apresentado não merecia o voto contra. Não merecia porque faz um esforço claro no sentido de controlar a despesa", disse Ferreira Leite, em declarações no programa Falar Claro, da Rádio Renascença "Ter-me-ia abstido, com duas ou três ressalvas."
Falemos claro, mas não tão claro que Duarte Lima: «Duarte Lima foi um dos deputados que se mostraram favoráveis à abstenção na votação. Disse-o na reunião do grupo parlamentar, onde ficou isolado "Fui só eu. Defendi-o porque para o PSD é fácil arranjar 20 ou 30 argumentos para votar contra, mas a apreciação de um OE tem de ser global. E este OE é positivo na contenção da despesa e em relação ao crescimento. Reconhecer isso é ter uma posição de Estado."» [negrito meu]. Afinal, e fazendo fé na notícia, o voto contra estava já definido desde meados de Outubro e não foi por uma posição de Estado.
Que restaria. Ver a conclusão do editorial de hoje do DN:
«Que poderia o PSD fazer perante um Orçamento destes? Eventualmente, votar a favor, porque todas aquelas propostas poderiam ser suas. Poderia, talvez, abster- -se, que é uma posição que não compromete. Mas não. O PSD optou por votar contra. Fundamentalmente, porque precisava de votar contra, de marcar uma diferença. E, dessa forma, ganhar distanciamento para continuar a criticar o Governo, mesmo que, no fundo, os dirigentes do PSD concordem com quase tudo o que o Governo está a fazer.»
Tinha ouvido -- que isto de ouvir nem sempre é seguro -- juras de fidelidade dos responsáveis dos maiores partidos em torno da necessidade de equlíbrio das Finanças Públicas; que era essencial, por forma a garantir o desenvolvimento saudável e sustentádo da economia; que desta saúde se colheriam evidentes benefícios. Julgo ter ouvido dizer a responsáveis de partidos da oposição que não votariam contra o orçamento, abster-se-iam e é compreensível.
Fazendo fé nas notícias, no DN de hoje, e cito, «Todavia, Eduardo Catroga, porta-voz do conselho estratégico do líder do PSD, considerou "globalmente positivo" o OE, apesar desta declaração não ter carácter vinculativo. O voto contra foi definido na segunda quinzena de Outubro e foi levado sucessivamente à Comissão Permanente, à Comissão Política Nacional, e esta deu a orientação que foi votada no grupo parlamentar. "Esmagadoramente, os deputados quiseram o voto contra", diz Azevedo Soares.» [negrito meu] .. do conselho estratégico! Já ontem, pessoa insuspeita afirmara, «Não merecia o voto contra». Não afirmara que votaria a favor, "Se o Orçamento vai ser cumprido tal como ele está apresentado não merecia o voto contra. Não merecia porque faz um esforço claro no sentido de controlar a despesa", disse Ferreira Leite, em declarações no programa Falar Claro, da Rádio Renascença "Ter-me-ia abstido, com duas ou três ressalvas."
Falemos claro, mas não tão claro que Duarte Lima: «Duarte Lima foi um dos deputados que se mostraram favoráveis à abstenção na votação. Disse-o na reunião do grupo parlamentar, onde ficou isolado "Fui só eu. Defendi-o porque para o PSD é fácil arranjar 20 ou 30 argumentos para votar contra, mas a apreciação de um OE tem de ser global. E este OE é positivo na contenção da despesa e em relação ao crescimento. Reconhecer isso é ter uma posição de Estado."» [negrito meu]. Afinal, e fazendo fé na notícia, o voto contra estava já definido desde meados de Outubro e não foi por uma posição de Estado.
Que restaria. Ver a conclusão do editorial de hoje do DN:
«Que poderia o PSD fazer perante um Orçamento destes? Eventualmente, votar a favor, porque todas aquelas propostas poderiam ser suas. Poderia, talvez, abster- -se, que é uma posição que não compromete. Mas não. O PSD optou por votar contra. Fundamentalmente, porque precisava de votar contra, de marcar uma diferença. E, dessa forma, ganhar distanciamento para continuar a criticar o Governo, mesmo que, no fundo, os dirigentes do PSD concordem com quase tudo o que o Governo está a fazer.»
1 comentário:
As orientações políticas, independentemente do que se ache mais ou menos acertado, determinam o sentido de voto... Sempre assim foi e sempre assim será, me parece. As posições da oposição, no caso presente, surgem claramente marcadas por uma necessidade de subida de popularidade, dado o desgaste do actual governo, na opinião pública, pelas medidas adoptadas e anunciadas. A governação direitista desenvolvida e anunciada, e não a considero desajustada nas opções fundamentais, deveria ser apoiada pela direita, uma vez que a orientação parece ser a sua... Não o é apenas por questões meramente de oposição partidária que, mais do que o interesse nacional, avalia os interesses das suas cores. No entanto, o que acontece neste caso, atrever-me-ia a dizê-lo, pode verificar-se na quase totalidade das situações de alternância. É a nossa vivência política, com uma dita classe de profissionais, e com outros que não o reconhecem mas que o procuram, impregnada de enfatuadas palavras mas cíclica e, desesperada e negativamente, monótona.
Saudações
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