Vêm-me à memória frases batidas, dichotes sem convicção, oportunismos linguísticos para o preenchimento de espaços quando falta o sentido de oportunidade politica e se escondem os reais motivos das decisões ou atitudes. Sim, lembro a postura do BE. Não do BE que todos conhecem, com um discurso que rompe com o politicamente correcto e pretende fazer luz sobre tudo e todos quantos permanecem no esquecimento. É de louvar e saudar a sua irrrupção no espectro político português. Parece-me, contudo, pelo que vi na disputa autárquica p.p., que este be de Montalegre é outro, incapaz de fracturar e de inovar para lá do que são as velhas querelas e problemas de alguns -- e digo, alguns -- dos intervenientes em nome do BE. Ouvida que seja a entrevista, não se vislumbra nenhuma ideia inovadora com a agravante de fazer uma desesperada repescagem e restyling das bandeiras e propostas dos partidos conservadores e retrógrados. Naturalmente que não aspiravam ao poder nem a ser um partido de charneira: incapazes de se libertarem das paixões pessoais, foram também incapazes de encarnar e dar brilho ao BE do qual colheram o nome. Sem projecto e sem plano -- não vejo como a incapacidade de fazer o plano (porque nunca acreditaram no que juraram ir ser: o fiel da balança) os desculpava da possibilidade e necessidade de ter um projecto para o município! -- renegaram aquilo que o BE é para todos os portugueses. Cito de memória: o Bloco de Esquerda não corresponde propriamente à minha maneira de pensar, diz um candidato sob a sigla do BE. Isto é, está no BE do mesmo modo como confessa que esteve na bancada do PS: sem convicção.
Aquela das Finanças Locais é que não percebi. Se alguém me informar melhor...
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