07 setembro, 2005


Motivo evocativo do «arranque» da batata.
Não, não é o motivo em si que move a colocação deste post, mas o reportar a atitude de alguém que quis lembrar com mais realismo e graça aquilo que era, na altura, o arranque da batata. Não faltava o garrafão, de água ou de vinho, tanto faz, mas que era imprescindível isso era. Teve graça, provocara muitos sorrisos e ainda bem!
A evocação funciona como isso mesmo: chamar à memória práticas que já não o são ou estão na iminência de extinguir-se definitivamente. Arrancar a batata pelo método indicado não é, porém, uma raridade nos dias de hoje. É ainda corrente, mas praticada pelos pequenos agricultores para quem os ventos da modernização agrícola não soprou de feição.
Alternativas sustentáveis para uma riqueza que foi a produção de batata não as vejo, a criação de uma economia familiar de futuro baseada na realidade rural de modo a criar um empresariado que seja um dos pilares da economia de Barroso é coisa que, salvo honrosas excpeções, não se vislumbra.
A estrutura rudimentar das explorações e o baixo ou nulo investimento em conhecimento não permitem uma autonomização dos agricultores pela fraca produtividade que resulta desta situação e, por via disso, da dependência económica dos subsídios como única mais valia auferida.
A produção de bens de consumo e de qualidade como aqueles que se produzem em Montalegre não permitirão o incremento da riqueza enquanto os agricultores não participarem directa ou indirectamente na cadeia de valor dos seus produtos. Este estado de coisas só garante a perpetuação de um processo de exploração a que estão sujeitos desde sempre -- este "desde sempre" digo eu -- os agricultores e não só das terras de Barroso.
E diz um alto responsável pela agricultura cá da terra que pela sua competência profissional falam os agricultores.
Não sei que dirão. Coisa que se veja é que não dizem!

1 comentário:

Anónimo disse...

E da prescrição mal esclarecida, o que dirão?
http://www.diariodetrasosmontes.com/noticias/seccao.php3?seccao=38