Já muito se falou sobre as SCUT's e o seu modo de financiamento. É fácil, para quem vive envolto em serviços de comunicação de qualidade, entrar numa sequência argumentativa que culmina sempre na máxima -- fácil de proclamar porque geométrica e linear nos argumentos a carrear -- de que quem utiliza os serviços deve pagá-los. Máxima liberal por excelência e que sobrevive na mendigância dos pedaços que a incúria e o desinteresse dos governantes deixam cair da esfera do público sobre o pretexto de melhor gestão haver da parte dos privados. Falta-lhes o essencial da iniciativa privada, o risco. Mas isso é outra história!Para lá de desafectação de recursos às políticas sociais, pretende-se racionalização dos meios e economias pretensamente canalizadas para a melhoria dos serviços prestados e, pasme-se, porque dita pela direita mais retrógrada, para melhoria das condições de vida dos mais desfavorecidas.
Vai daí é fácil justificar que no interior, se querem auto-estradas e estradas-- por ser heresia chamar estradas às vias de comunicação que servem o interior do país-- numa só, paguem-nas. E então os serviços do litoral que são financiados pelo erário público e que não servem nem hão de servir nunca as populações do interior do país. Por que razão não hão de ser os bilhetes do metro e dos combóios e dos autocarros ao preço de custo?
Dizem os jornais de hoje que têm um défice estrondoso! Por que razão hei de ser eu a pagá-lo que não me sirvo de nada disso!?
Vejam as dívidas das transportadoras.
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