06 dezembro, 2006

Pólo de Serralves em Vidago

Não podemos deixar de realçar esta «nova». É um dado importante para a descentralização cultural e para o enriquecimento da região. E não falamos apenas do enriquecimento cultural, mas do económico, pela complementaridade que estes elementos provocam nas restantes ofertas turísticas e de lazer. Digno de nota!
Importante, não só para Vidago mas também para toda a região.

in Jornal de Notícias.
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Pólo de Serralves em Vidago avança
J. Paulo coutinho



Cláudia Luís

O protocolo para a criação do primeiro pólo do Museu de Arte Contemporânea de Serralves em Vidago é assinado hoje pela fundação portuense e a Unicer. O projecto prevê a transformação de uma das áreas do Hotel Vidago Palace, em Trás-os-Montes, num espaço capaz de acolher parte do espólio do museu, produção actual, residências artísticas e eventos que ultrapassem o âmbito das artes plásticas.

Álvaro Siza Vieira é o arquitecto responsável pela reconversão da infra-estrutura - actualmente não funciona como unidade hoteleira -, assim como do parque de Pedras Salgadas, situado a nove quilómetros de Vidago. O projecto está orçado em 48 milhões de euros, 18 milhões dos quais são suportados pela Agência Portuguesa de Investimento.

A remodelação do empreendimento transmontano decorre ao abrigo do projecto Aquanatur, plano "agregador de um equipamento turístico, duas marcas de água e uma região", como explicou a directora de Desenvolvimento, Marketing e Comunicação da Unicer, Carla Vaz, ao JN. O objectivo passa por criar um eixo turístico e cultural para 20 milhões de clientes potenciais desde Porto, Lisboa ou Madrid.

O futuro pólo deverá acolher parte da colecção permanente de Serralves, mas, no passado mês de Maio, o director adjunto do museu, Ricardo Nicolau, descrevia como "mais válida" a hipótese de Vidago expor trabalhos especificamente criados para o local. O projecto deverá também integrar residências artísticas de quatro artistas plásticos ao longo de dois meses, assim como eventos de música, moda, desporto e cinema.

A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2008. O director da Unicer Turismo, Manuel Marques, pretende que "o investimento funcione como mola de dinamização regional numa área do país em que o investimento continua a ser escasso".


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05 dezembro, 2006

Publicação anónima

Com a publicação de um terceiro e quarto caso sobre a publicação anónima, encerramos este tema. Muito há a dizer sobre isto e em muitos locais este assunto é calorosamente discutido... argumentado...
A nossa posição quanto a isso está claramente expressa e sobre isso, desde que não a interpretem mal, nada mias há a dize. Ler mais ---->>>

03 dezembro, 2006

Unanimidade e unanimismos...

Tem sido chamada para a primeira página a questão do unanimismo que se vive no PS. Chamar a atenção para isso é importante pela consideração da vitalidade de que a democracia precisa e o papel que os partidos políticos devem desempenhar nessa animação. Parece, pois, resultar dessa abordagem a consideração da importância dos partidos. É bom ver isso, já que não os secundariza face a uma omnipotente «sociedade civil».
Aquilo que se diz do PS deve ser dito de todos (quase todos) os partidos com influência no tecido político. Não nos parece, porém, que esse unanimismo reflicta por si só um mal para o país e para a democracia. A alternância democrática coincide, grosso modo, com o unanimismo no interior do partidos dominante; quando o lugar se inverte, quebra-se esse unanimismo e instaura-se um processo de redifinição de lideranças, de reformulação de princípios. Nada de mal nos parece que daí venha: nem do unanimismo de uns, nem dos movimentos contestatários das lideranças nos prtidos que se vêm forçados a uma travessia no deserto.
Não nos parece por isso que haja muita razoabilidade na opinião de que Helena Roseta e Manuel Alegre devam ser considerados uma espécie de jóias de família. Que seja reconhecida a sua importância e o papel de agitação das águas paradas em que a vida dos partidos ocasionalmente no poder se convertem, tudo bem, subscrevo essa opinião, mas pedir essa elevaçã parece tudo o contrário daquilo a que eles mesmo aspiram e da lógica da sua intervenção cívica. Esse reconehcimento não seria mais do que e entronização de uma atitude e, perante o esvaziamento do conteúdo da sua mensagem em face da forma, se converteria na «normalização» do mesmo discurso que eles mesmos parecem querer desarranjar! Querer o «o inimigos» mais perto que os amigos pode significar também essa tendência a anular a sua força e isso sim seria uma perda irreparável...
Mas há um outro aspecto que nos parece contraditório com essa tentativa de reproduzir ponto por ponto no interior dos partidos os defeitos e virtudes da «sociedade civil». Um partido se é um referencial de democracia, e deva por isso pugnar pela elevação dos seus valores no modo como age e dá maior visibilidade ainda aos seus princípios, tem por seu lado algumas especificidades que os esgotariam se fossem perdidas, e a divergência como lema não nos parece ser essa marca.
Se os partidos aspiram à diversidade e se esforçam pela abertura à sociedade, não é para perder a sua identidade ou baixar a energia colocada na defesa do seu programa, mas para o reforçarem, o programe e o partido, pela diversidade de abordagens, numa constante avaliação de consistência operada pelos seus críticos, dentro e fora dos partidos. De outro modo, a sua lógica aproximar-se-ía da do partido único, albergue de todas as tendências e corporaçoes e, não tardaria, assassino da diversidade e da democracia.
O unanimismo que incomoda não é, pois, o que acontece dentro dos partidos e que a sociedade, implacável, tenderá a sancionar, mas aquele que possa acontecer entre instituições, pela hipotética constituição de blocos que são indubitavelmente uma imensa terra de ninguém!

Dezembro

Vila da Ponte. Montalegre -- 2 de Dezembro 2006.

Os fracos raios de sol de um fim de dia deixam na horizonte tons rúbros.