Faria cem anos brevemente, em 12 de Agosto, que Miguel Torga nasceu. Vamos lendo a sua obra aos empurrões e nem sempre a temos à mão... mas vale a pena. Há dias, há dias demais, demos um mergulho nos seus «Diários» e por lá ficaram à espera que o tempo se torne menos opressivo...
Encontramos há dias este poema...
Leiria, 10 de Abril de 1940.
Fui ver o mar.
Homem de pólo a pólo, vou
De vez em quando olhá-lo, enraizar
Em água este Marão que sou.
Da penedia triste
Pus-me o olhar aquele fundo
Dentro do qual existe
O coração do mundo.
E vi, horas a fio,
A sua angústia ser
Uma espécie de rio
Que não sabe correr.
in http://nescritas.nletras.com/anobreindece//anobreobra/archives/1913_01.html
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