22 dezembro, 2006

Quinta da Veiga - II

Sobre o destino da Quinta da Veiga também temos uma opinião. Não a «Opinião», mas apenas um contributo que pode de algum modo e em concorrência com outros levar a uma abordagem consistente do problema. Sim, de um problema, aquele que emerge, precisamente, e a ser verdade a desactivação da unidade, do seu aproveitamento economicamente viável e socialmente útil.
Não queremos, por outro lado, desarmar qualquer outra opinião ou contestar qualquer outra solução. Se nunca podemos ver ao mesmo tempo as seis faces de um cubo, necessariamente consideramos esta opinião uma perspectiva sobre o destino a dar a um espaço que, pensamos, se terá esgotado e já não cumprirá com eficácia o objecto da sua existência. Todas as outras terão pelo menos igual valor ou muito maior quando for de gente mais avisada ou melhor conhecedora do assunto.
Pela nossa parte, a Quinta da Veiga deve fazer o percurso de retorno ao município e daí iniciar um processo de busca de parceiros para dar corpo a um projecto modelar de "turismo em espaço rural". Naturalmente que se exigiam muitos investimentos e é questionável a ruralidade do resultado que daí saísse, mas nesse espaço seria possível conjugar a memória desse lugar, a história da região e a abertura a novas formas de receber, alojar e animar os «clientes». Por isso, colocamos entre comas a designação de "turismo em espaço rural" pela necessidade de um projecto de raíz e a conjugação com outros modos, outras formas de receber e de animar aqueles que procuram a região, não só pelo nome ou por um aspecto em particular, mas também porque só a visitarão com frequência se lhe for oferecido um quadro amplo e variado de opções para viver diferente o que conhecem ou se entusiasmarem com a experiência do que desconheciam.
A aposta estratégica no turismo impõe algumas rupturas e a necessidade de desarranjar alguns esquemas mentais e de abrir em absoluto o município ao exterior. Porque o município não pode viver só da exploração das suas marcas muito próprias, mas necessita de as articular com aquilo em que se converteu o discurso e o gosto daqueles que os empresários querem seduzir. Não é chocante a coexistência do fumeiro com o parapente, como não o é o ténis com a equitação, as chegas com o golf, a caça e a pesca com provas de automobilismo. E ainda fica muito mais para explorar e valorizar!

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