01 março, 2006

Não consigo esquecer o esforço argumentativo de um deputado do PSD na Assembleia Municipal de Montalegre tentando vender a ideia de bondade e altruísmo sem limites da intervenção no Iraque então em curso e com a benção ou colagem de um governo português fraco e em busca de vigor no espaço de onde não lhe viria nenhum.
Quando as razões são nulas ou fracas, não ficam, por isso, as ideias desse esforço ou desse 'frete', mas perpetua-se a ideia ou mensagem do sem sentido de todos os gestos relacionados com a justificação da prepotência e da violência.
No Iraque é o que se vê, o que se sabe, aquilo que, infelizmente se vai considerando rotineiro: a violência, o atroplelo sistemático aos direitos humanos da parte daqueles que juraram interveir em nome deles...
E o povo iraquiano, aquele que continua a morrer, sobrevive sem democracia que se veja num horizonte cada vez mais estreito de paz. A guerra civil pende sobre as suas cabeças como espada de Damóscles e as armas de destruição maçica revolvem-se apenas na consciência de poucos que ainda a têm e da coragem que revelaram em denunciar o logro, a manipulação de dados e a falsidade da justificação que então fora dada para a invasão. Não é mau agir por e com convicções, mau é não considerar nefastas as consequências de intenções que correctas se julgaram e justificar as consequências por submissão e consideração à intenção. E, depois, emendar a mão, a não ser que tal prelecção ocorresse apenas numa lógica estreita de autojustificação partidária. Apenas!

1 comentário:

N.P. disse...
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