10 março, 2006

Aposta na inovação -- investigação e conhecimento.

Da notícia no Diário de Nnotícias de hoje retiro este apontamento:
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Acordo com a Universidade de Carnegie



O Governo vai lançar hoje um processo de colaboração na área das tecnologias de informação com a prestigiada universidade norte- -americana de Carnegie Mellon (CMU). Depois de finalmente ter concretizado a prometida colaboração do sistema científico e tecnológico português com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), no âmbito do Plano Tecnológico, o ministro Mariano Gago apresentará em Aveiro o segundo acordo em menos de um mês como uma das mais reputadas universidades do mundo.

O primeiro-ministro José Sócrates presidirá à assinatura deste protocolo e de outro também importante: a UMIC (agência para a sociedade do conhecimento) obteve da Sun Microsystems Portugal o compromisso de disseminar junto de professores, investigadores e alunos a utilização de software gratuito de código aberto (ver caixa). Cerca de um mês depois de o Governo ter assinado 19 projectos de colaboração com a Microsoft (por ocasião da visita de Bill Gates a Portugal), e de se ter receado que o Estado português ficasse refém das encomendas à multinacional californiana, conseguir este acordo alternativo parece ser uma boa notícia para a imagem do primeiro-ministro.
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Se por um lado se enquadra na perspectiva do cumprimento do plano tecnológico que é «chocante» apenas e só porque não pode ser sem ser aposta na educação e na investigação -- e isto demora a dar frutos contrariando a pressa de muita gente para quem apanas dinheiro fresco conta! e a qualquer preço... --, por outro corrige a mão a uma medida que na altura me desagradou: a colagem à Microsoft e a Bill Gates. A atenção ( e, porque não a inclinação?) para software de código aberto (que pode não ser gratuíto, uma coisa não implica a outra) é, na minha opinião uma medida de enorme alcance, que peca apenas por ser tarde e por não ser objecto de uma vontade mais proactiva. O código aberto é uma ferramenta fundamental para a emancipação e independência dos investigadores e produtores de conhecimento enquanto ferramenta barata, grátis, de facto, para quem tem conhecimentos de programação, e fácil de adaptar às circunstâncias de cada um.
Pena é, além disso, que não seja uma verdadeira aposta da própria administração pública. Seria um factor mais de economias substanciais.

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