04 janeiro, 2006

E 2006 aí está!

Não há nada de excepcional em 2006 que não estivesse já em 2005, nele realizado ou contido em potência. 2006 será, pois, mais um ano onde estará em jogo aquilo que sempre esteve e durante o qual se concretizarão as espectativas de muitos e se reorientarão as energias e os projectos de outros. Nada de anormal acontecerá que dependa da vontade ou iniciativa humana. Não será excepcional, por isso, aquilo que no futuro imediato aconteça.
Em 2006 teremos um novo presidente da republica que nada trará de essencial à vida e à resolução dos problemas que tocam os portuguses. A governação continuará independentemente dos resultados, os portugueses continuarão com a sua vida condicionada a uma conjuntura económica que melhorará, sem dúvida, mas não ao rítmo que se deseja e em paralelo com as restantes economias. Atrasos estruturais e condicionar esse retoma mais célere? Sem dúvida, atrasos que minam a confiança dos investidores no capital humano, na sua não-preparação para o desempenho de tarefas e de competncias exigíveis ao comum dos mortais e em abundância noutras paragens. Ter submetido as política de desenvolvimento do Estado e da criação da riqueza nas chamadas políticas do Betão, depois, com Guterres, no consumo interno, com a agravante, por via disso, de ter colocado o desenvolvimento da educação e forrmação profissional em segundo plano não obstante o fluxo de capitais para aí destinado.
Não é de temer por isso a próxima eleição. O próximo presidente será, se for responsável, um presidente de transição: nenhum apontou até ao momento uma alternativa às medidas tomadas para a reorientação das despesa e das receitas públicas; ninguém, tomará, por isso sobre os seus ombros a responsabilidade de uma crise que -- excepção feita aos candidadatos de áreas mais à esquerda e que concorrem para manter e alimentar de expectativas e de projectos o seu eleitorado -- todos ajudaram a criar. Desde Cavaco, certamente, sem dúvida o maior responsável pela forma e modelo de desenvolvimento que engendrou e pela incapacidade de fugir ao inconfessado populismo que o caracterizou. Mas também ao Partido Socialista que não foi capaz, quando o pôde -- e nem sempre teve a força eleitoral para isso --, de fazer verdadeiras políticas de fidelidade a uma pensamento radicalmente diferente daquele que alimentava (e alimenta) as orientaçãoes políticas e estratégicas que nos troxeram a este calvário. Tentações de governar ao Centro!

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