Amontoo pacientemente as folhas que suportam uma querela interessante entre O Eng. Adelino e o Professor Carvalho de Moura. Interessante porque retoma algumas daqueles que são os temas que de algum modo deram espessura às minhas preocupações quanto ao futuro a médio prazo do município de Montalegre. Neste meio coloquei algumas observações que pretendiam dar alguma visibilidade, por exemplo, à agricultura de Montalegre. Nada disse nem ditei soluções, porém, porque essa não é a minha área de formação e não queira o sapateiro pôr-se a tocar rabecão. Que não vejo forma de ela sair do marasmo, isso não vejo, e choca-me a persistência de sinais próprios de uma agricultura que pouco mais é do que da idade da pedra.
Deste celeuma vai emergindo a certeza de que o que era mera convicção se converte em verdade. A ser verdade o que o Professor Carvalho de Moura refere no seu documento original, no ponto «7) Porque o Adelino não gosta de Montalegre. Os lavradores do concelho de Montalegre deverão saber que foi o Eng.º Adelino o principal responsável pelo selo de certificação da vitela barrosã ter ido para Boticas. Se nos casos do cabrito e do mel se pode aceitar tal decisão, quanto à vitela barrosã é impensável.
O selo de certificação da carne barrosã devia ficar na área da sua produção. Este, de resto, foi o argumento que mais peso teve na decisão dos governantes por Montalegre aquando da construção do Matadouro Regional do Barroso e Alto Tâmega na luta com os concelhos de Chaves e Boticas.
Nos aspectos mais ligados à sua actividade profissional as coisas andam assim: o livro genealógico que prometeu para Salto continua em Barcelinhos, a Associação Nacional de Criadores de Raça Barrosã a perder terreno e ainda por cima o selo de certificação da carne de vitela entregue a Boticas. Quem assim procede gosta de Montalegre? Nem um bocadinho», então a coisa é grave.
É verdade que o Eng. Adelino na sua réplica contesta, no ponto 7, a acusação que lhe é feita. A ser verdade o que diz, qual é então o seu mérito nisto tudo e que resultados colheu então que tão orgulhosamente ostente do seu trabalho pelos agricultores de Montalegre? Pelo que diz na sua réplica, apenas deixou que se cumprisse o destino e, o que é grave, apressa-se a deitar as culpas para os outros. Só tinha argumentos históricos, remata. Ora bolas, senhor engenheiro! É a confissão sincera de falência de projectos e soluções que tem para Montalegre! Com argumentos históricos não vai a lado nenhum. Nem nenhum de nós, ora essa!
Agora vejo confirmadas a reafirmadas as afirmações iniciais. Diz o Professor Carvalho de Moura: «7.º – O selo da carne do barrosão foi decidido no gabinete do Adelino.
Não adianta evasivas. Ninguém pode acreditar que Lisboa decida o que é das regiões sem o consentimento dos interessados. Ninguém é ingénuo ao ponto de acreditar numa versão destas. Eu sei do que falo. E ele também sabe que é assim e tudo foi decidido no seu gabinete. Ou quererá obrigar-me a dizer tudo? .»
Estas afirmações são taxativas. Exigem um desmentido ou então é a confirmação daquilo que tinha dito sem acusar ninguém. Agora, acuso porque de encontro à minha convicção vêm estes factos que confirmam que a agricultura de Barroso está subsidio-dependente (perdoem o neologismo, se for o caso) e que o Eng. Adelino, contrariamente àquilo que diz, nada fez para alterar este estado de coisas. Quem percebeu a constante referência, ingénita e estúpida, que era feita ao município de Boticas da parte deste PSD quando, na falha crónica (e canónica, direi eu) de ideias e argumentos próprios, talhados na terra e à medida de Montalegre, era feita para criticar a acção da Câmara, vai-se fazendo luz sobre tudo o mais e aquilo que aqui é dito e a ver com outros olhos – mais informados -- aquilo que esta celeuma refere como sendo a postura política do Eng. Adelino.
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