sem título...

O BE surgiu no país num contexto que apontava de forma imperiosa para o fim de uma dicotomia -- que era demasiado artificial -- e levou ao vencimento das teses de cariz liberal. Era urgente, por isso, recentrar o combate político, apelando a valores diferentes dos dominantes e colocando com enorme visibilidade na agenda política temas que eram, no quadro ideológico que passou a dominante, tabus, marginais ou até «proibidos». Cedo, porém, parece que o BE se tornou refém quer das referências ideológicas -- reformulando em roupagem nova o discurso k7 do PC sem, contudo, alterar o seu valor e eficácia -- quer de grupos marginais à «moral» dominante. Na prática, o BE converteu-se num partido «tribal», refém que é da visibilidade que toma pelo exotismo das suas bandeiras.
Não espanta nada que seja a sigla do BE a dar cobertura à «tribo» dos melindrados de Montalegre. Só porque não gostam de fulano ou sicrano por haverem recusado o apoio à concessão de mordomias -- assim consideradas pelos recusantes, é claro --, parte das ilustres figuras que agora concorrem pelo BE decidem arranjar uma lista cujo intuito é meramente destrutivo e eivado de negatividade. Para já, é claro, que falta o conhecimento dos programas da sua candidatura. Desta marca vindicativa, porém, não se livram e confirmam assim o artificialismo das dicotomias esquerda-direita na qual participam activamente como entidades constituintes essenciais para perptuar o que combatem.
Falta imaginação e argúcia para enumerar e tematizar os problemas e soluções verdadeiramente alternativos...
Penso assim…