26 junho, 2005

Nem de propósito!

É de todos sabida a extrema debilidade do tecido produtivo da região de Barroso, das suas potencialidades naturais e humanas, mas também da enorme fragilidade económica ou cultural de todos os empresários que, arrogando-se a esse papel, nenhuma iniciativa tomam no aproveitamento desse potencial. Por não ser uma questão de dinheiro, ao que dizem abunda nas instituições bancárias, só pode ser uma falha ingénita de espírito empreendedor mais do que de vontade de correr riscos.
Não deixa de ser interessante, por vir a talho de foice, o que se passou na última AM. Convidado o Presidente do C. A. do Matadouro a prestar esclarecimentos, a convite da própria AM em face do constante levantamento de dúvidas e suspeitas relativamente à forma como essa instituição, sim que é instituição e não uma «mera» empresa, estava a ser gerida, não é que o mais acérrimo e persietente perguntador decide faltar à sessão. Desculpou-se, justificou a falta ... mas não pode, mesmo assim, deixar de ser a todos os títulos censurável tal atitude! Não é bonito sustentar durante tanto tempo um clima de suspeição e FUGIR no momento em que podia concretizar as dúvidas e receber em primeira mão as respostas (ainda que, hipoteticamente, não-respostas) . É, no mínimo, deselegante e politicamente desonesto.
O incómodo do PSD deixou, porém, a pista para justificar tal falha. Estranhar o agendamente de um assunto que toda a assembleia reclamava que se discutisse, é, no mínimo, surrealista.
Talvez o o pedido de agendamento tenha acontecido antes da coligação. Na altura, não havia problema. Agora, porém, ver um parceiro de coligação a questionar, com que fundamentos vá lá a gente saber! a «instituição» que, mal ou bem gerida, é a âncora de muitas explorações agrícolas e o emprego de muitos pais de família, deixa muitos incómodos.
Não ponho a mão no lume pela administração do matadouro, terá até falhas a relevar, mas não é de homem falhar com tal solenidade ao momento em que o confronto é o tira-teimas entre a sinceridade daquilo que se diz e a demagogia.
O que ficou de tudo isto é que a economia de Montalegre ficou explicada apenas no discurso de uma das partes, que a outra, a parte crítica, primou pela ausência no momento crucial.

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