A verdade é como o azeite, vem sempre à tona, impõe-se contra todas as artimanhas. Nem sempre, porém, a verdade é tão bruta e insofismável. Vezes há em que ela aparece como dependente de um emaranhado argumentativo rebuscado e repenicado em tiradas de letrado e no final do qual a "verdade" é um mero resultado estatístico. No caso das armas de destruição maciça, a verdade acaba por brotar absoluta e de se impor já só perante os últimos resistentes. Perante a esmagadora maioria dos cidadãos, a verdade estava firmada por si mesmo há muito tempo.
Mas havia que bulir com qualquer coisa, de fazer crer que se inaugurava uma nova ordem internacional e justificar a sua emergência contra um sem número de esquerdices e pieguices que inquinavam as sociedades até então e impediam. A verdade é esta: a nova ordem internacional não se vislumbra e o saldo destas aventuras é um imenso número de mortos e um sofrimento escusado perpetrado contra inocentes.
E aquelas vozes arregimentadas para cantarem laudes ao novo estado de coisas emergente, essas vejo-as todos os dias e, incrivelmente, não lhes vislumbro nenhum indício de arrependimento. Não falo desses grandes que aparecem na televisão, mas destes daqui, da minha terrinha, gente respeitada e circunspecta que amanhã, porém e desavergonhadamente como até aqui, não terá pudor algum para defender qualquer outra coisa, desde que a mando de alguém, mesmo a contrário que então defenderam e propagaram. E são políticos e falam de alto com tiques de pregador na Quaresma...
É vergonhoso!
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