25 setembro, 2004

Conversas.

Aguentamos, plácidos e espantados, o corrilho de discursos que sobre a situação real de cada um se constrói e, com eles, se justifica o estado de coisas. Há razões que estupidamente juntamos à discussão mas que nada mais fazem senão reverter para quem tem razão o odioso da questão, desculpando, pelo silêncio que se segue sobre o estado de coisas, a situação que despelotou a crítica ou a sugestão. Iluminados, dirão, como se o que a própria realidade diz de si mesmo não fosse demasiado pesado e duro para se sobrepor a tudo quanto se diz em negação disso mesmo.
Depois de tantas promessas, de indícios de que saltavamos irreversivelmente um estado de miséria política, económica e moral, a verdade é que o real acaba por desmentir tudo e tanta -- cada vez menos -- gente que se compraz com tal estado de coisa.
Morrer com a febre da carraça, foram só dois portugueses...
Demorar meses a colocar professores e imaginar que, agora mesmo, portugesas e portugueses se esforçam para resolver manualmente -- cavernosamente, imaginem! --a situação, nesta era dos "computadores" ...

Depois, dizem que não há milagres, que os mais empedernidos descrentes se não encontram, em qualquer momento do dia, a rezar aos céus, convertidos, pedindo que nos dêm mais ministros como aquele que promete em seis meses resolver todos os problemas do país.
Deus os ouça!

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