Achei graça ao artigo 'postado' em «omontalegrense». O primeiro aspecto prende-se com a imprecisão, por simpatia, sem dúvida, com uma experiência que o autor relata no corpo do texto, de não ser a sede o PSD a que se refere, mas à ex-sede do PSD. É importante que assim se diga, que se perceba que não passou do dia para a noite a ser o que ainda há bem pouco tempo era. Não, há muito que não era e percebia-se que assim era. São 'eras' a mais, sem dúvida, mas cada vez mais estreitas na sua duração por força do dinamismo que a sociedade tem inscrita na vontade de cada indivíduo que a forma. Por isso, eram outras eras em que a sede era do PSD. Depois foi para um «cortelho», diz o autor e acabou com os seus dirigentes à volta de uma mesa, no café Pintassilgo, a jogar à bisca -- «passando-se a fazer as reuniões do partido no café Pintassilgo, onde os seus dirigentes, todos os dias, à noite, arejavam a cabeça a jogar a bisca.»
É este segundo aspecto que justifica uma abordagem num registo cómico ao artigo referido. Não do seu autor, que respeito e considero, mas do cenáculo que faz compor na imaginação a quem lê a nota e se obriga a tal para dar plena significação ao texto. Não sei quem é imbatível à sueca, nem quem recusa jogar, porque azelha ao jogo, com quem; nem quem é useiro numas ligeiras batotas para fazer cair a seu favor o destino do jogo ou se nem sequer isso acontece. Nem sei se tal consistência e persistência no modelo de reuniões terão seduzido a inteligência para alguma estratégia -- entre um comentário a uma jogada mal feita e um seco «parte!» ou «és tu da dar». Agora que a cena é de um realismo cómico isso é, e tanto mais risível quanto é denunciada pelo autor sem qualquer pudor.
Sem intencionalidade alguma, creio, que não seja a denúncia do seu mal-estar pelo estado a que a «coisa» chegou. E também pela renúncia da história do PSD em Montalegre tão intimamente ligada ao Professor Carvalho de Moura inscrita na prática e posturas dos actuais dirigentes
Não são as sedes que interessam, amanhã estará lá quem no momento não se imagina e nas voltas da história, nessa ilusão de um eterno-retorno, se reproduzem cenários provocados pelas revoltas dessa história e imaginação dos seus agentes. Interessam sim as pessoas e o carácter que colocam em tudo quanto fazem.
A domocracia faz-se com as pessoas -- já não só em partidos, e ainda bem -- e são estas que lhe trazem credibilidade e a alimentam da esperança de uma realidade diferente. Os perdentes, não só de sedes e de eleições, não fazem falta à democracia quando não se conseguem separar do «cenáculo» donde brota a sua identidade e onde artilham a sua estratégia. Perder as eleições como o fazem com tanto gosto não é um acaso -- por mais que sacrifiquem bodes expiatórios ou esfarrapem desculpas -- mas o produto da sonegação à custa do nome do partido. E depois, acordando estremunhados, são alimentados pelo sonhos que iludiram e enredaram a razão em miríficos enredos e retumbantes vitórias alicerçadas em sondagens seguramente feitas no próprio local!
O problema do partido deles não é meu. Minha é apenas a preocupação com a qualidade da democracia que depende sempre da qualidade das pessoas, e dos projectos, que nela intervêm e o Professor Carvalho de Moura faz parte -- independentemente da avaliação que disso cada um faça -- da história de Montalegre.
Dá a impressão que todo o PSD de Montalegre continua à noite a jogar à bisca. Ou será que há um Outro pronto a esconder com a coerência do presente as misérias do passado recente?
Aguardemos!
É este segundo aspecto que justifica uma abordagem num registo cómico ao artigo referido. Não do seu autor, que respeito e considero, mas do cenáculo que faz compor na imaginação a quem lê a nota e se obriga a tal para dar plena significação ao texto. Não sei quem é imbatível à sueca, nem quem recusa jogar, porque azelha ao jogo, com quem; nem quem é useiro numas ligeiras batotas para fazer cair a seu favor o destino do jogo ou se nem sequer isso acontece. Nem sei se tal consistência e persistência no modelo de reuniões terão seduzido a inteligência para alguma estratégia -- entre um comentário a uma jogada mal feita e um seco «parte!» ou «és tu da dar». Agora que a cena é de um realismo cómico isso é, e tanto mais risível quanto é denunciada pelo autor sem qualquer pudor.
Sem intencionalidade alguma, creio, que não seja a denúncia do seu mal-estar pelo estado a que a «coisa» chegou. E também pela renúncia da história do PSD em Montalegre tão intimamente ligada ao Professor Carvalho de Moura inscrita na prática e posturas dos actuais dirigentes
Não são as sedes que interessam, amanhã estará lá quem no momento não se imagina e nas voltas da história, nessa ilusão de um eterno-retorno, se reproduzem cenários provocados pelas revoltas dessa história e imaginação dos seus agentes. Interessam sim as pessoas e o carácter que colocam em tudo quanto fazem.
A domocracia faz-se com as pessoas -- já não só em partidos, e ainda bem -- e são estas que lhe trazem credibilidade e a alimentam da esperança de uma realidade diferente. Os perdentes, não só de sedes e de eleições, não fazem falta à democracia quando não se conseguem separar do «cenáculo» donde brota a sua identidade e onde artilham a sua estratégia. Perder as eleições como o fazem com tanto gosto não é um acaso -- por mais que sacrifiquem bodes expiatórios ou esfarrapem desculpas -- mas o produto da sonegação à custa do nome do partido. E depois, acordando estremunhados, são alimentados pelo sonhos que iludiram e enredaram a razão em miríficos enredos e retumbantes vitórias alicerçadas em sondagens seguramente feitas no próprio local!
O problema do partido deles não é meu. Minha é apenas a preocupação com a qualidade da democracia que depende sempre da qualidade das pessoas, e dos projectos, que nela intervêm e o Professor Carvalho de Moura faz parte -- independentemente da avaliação que disso cada um faça -- da história de Montalegre.
Dá a impressão que todo o PSD de Montalegre continua à noite a jogar à bisca. Ou será que há um Outro pronto a esconder com a coerência do presente as misérias do passado recente?
Aguardemos!
2 comentários:
A desorganização aparente é tal que não consegue vislumbrar-se o que virá a seguir... Já o disse num comentário e repito-o, concordando com o que neste post está apresentado: é importante, pela sua história no concelho e pela necessária força de contrabalanço, que o PSD se reorganize. No entanto, estou bastante descrente na vida partidária e nas relações, mais ou menos obscuras, que vai estabelecendo...
Saudações.
O PSD não precisa de sede porque não existe mais.
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